terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

NACIONALISMO - IDEOLOGIA OU CONVICÇÃO PATRIÓTICA?



Alguém afirmou, durante o período de debate, numa conferência sobre economia portuguesa que proferi numa organização partidária que, em Portugal, tem receio de se assumir como nacionalista, pois é logo criticado pela sociedade e rotulado com impropérios  que se dispensava de referir.

Achando muito estranha essa convicção, disse-lhe, muito claramente:
- Meu amigo, nunca receie, nem tenha vergonha, de se afirmar como nacionalista e antes pelo contrário, considerar ser motivo de orgulho e honra para si.
E acrescentei: ser nacionalista é um estado de espírito, uma convicção profunda de quem ama a sua Pátria e defende e se mantém fiel à identidade da sua Nação.

Se há portugueses que não são nacionalistas, ou pior, se a maioria dos portugueses não se afirma como nacionalista, é um grave sinal de decadência da nossa sociedade, um grave sinal de que os portugueses se estão a afastar cada vez mais da sua identidade como povo e como nação.
Um povo que renuncia às suas origens e não se identifica com a sua Pátria, com a sua Nação, com os seus valores, cultura e história, é um povo perdido, sem rumo nem norte e facilmente vencido e subjugado.

Mas, como é meu apanágio, gosto sempre de ir ao fundo das questões.

Esta ideia do antinacionalismo, com que a mente de muitos portugueses foi intoxicada, por Abril, pela esquerda socialista e mundialista, pela esquerda social-democrata e agora pela globalização, teve um claro objectivo.

O Abril anti-fascista por ter identificado e associado o nacionalismo, ao fascismo dos anos vinte e trinta do século passado. O fascismo hitleriano, mussoliniano, franconiano e, no meu ponto de vista, erradamente, ao pretenso fascismo português, o salazariano.

Abril educou o povo assim. No anti-nacionalismo, no antifascismo , no esquerdismo do tipo destrutivo, ignorando que, nacionalismo, não é, necessariamente, fascismo.
Esqueceu-se que, o nacionalismo de hoje, é muito diferente dos nacionalismos dos anos vinte e trinta do século passado, com que os ditadores da época, exacerbaram e acirraram, como cães raivosos, os seus povos contra outros povos.
Apenas para prosseguirem as suas ambições hegemónicas europeias, africanas, americanas e asiáticas.

A esquerda socialista e social-democrata, do tipo destrutivo, propondo a dissolução das identidades nacionais, por se ter colocado claramente ao serviço do mundialismo e da globalização, deixando que os seus povos, tomados de assalto pelos grandes interesses internacionais, se vão transformando progressivamente, em meras zonas geográficas fornecedoras de mão de obra barata, obedecendo servil e obedientemente, ao comando mundial.

Analisando a questão do nacionalismo, numa perspectiva ideológica, direi apenas que nunca encontrei tal relação. Nem nos anos vinte, trinta ou quarenta do século passado, muito menos agora em pleno século XXI.
O que aconteceu, nos piores anos hitlerianos e mussolinianos que, como sabemos, associaram nacionalismo com socialismo, esta ligação foi premeditadamente forçada a entrar nas mentes dos povos da época, apenas para mais facilmente os aliciar e dominar, servindo-se do socialismo paradisíaco, ideologia cativante e que convence, colocando-os ao serviço das suas desmedidas ambições.
O ardil funcionou em pleno e esses povos pagaram bem caro o embuste.

O nacionalismo de hoje é, tão só, um estado de espírito, uma convicção patriótica, a afirmação da identidade nacional dos povos, para que acordem enquanto é tempo, uma corrente anti-globalização, um mecanismo defensivo, que os possa salvar e resgatar, das garras esclavagistas da servidão, que se pretende impor a todos os povos da Terra, por um Comando Mundial de grandes interesses económicos e financeiros.

Finalmente um novo neo-fascimo, em evolução, um fascismo democrático.

Abril que sempre repudiou o fascismo, na sua expressão original, conotando-o com  Satanás ou pior ainda, com Belzebu, um diabo hierquicamente acima daquele, consentiu que o seu regime, pretensamente democrático, tenha evoluído para uma nova forma de autoritarismo, uma oligarquia autocrática muito próxima de um totalitarismo.

Uma ditadura bipartidária, que põe e dispõe do regime a seu bel-prazer, endeusada por um chefe e enquadrada por corporações e subcorporações de interesses, cujo comportamento e «modus operandi» se assemelham muito a um fascismo ortodoxo, sob a capa de uma democracia.