sábado, 29 de julho de 2017

COSTISMO E FASCISMO DE ESQUERDA

 
 
 
 
 
Quando a actual solução governativa foi  encontrada, para quem perdeu as eleições de 2015, o Partido Socialista e o Sr. Costa, seu secretário-geral, sempre disse que aquela solução, seria um presente envenenado para o país e para a maioria da população.
Os factos confirmam-no.
 
Quando um partido que, em seis anos de governação desastrosa e ruinosa, facto bem recente, com um primeiro ministro investigado pela justiça, por crimes gravíssimos de corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal, tem o despudor de, por alianças a partidos radicais de esquerda e puro oportunismo, usurpar o poder, a sua performance governativa não podia ser mais negativa e nefasta para o país.
Os factos confirmam-no.
 
A economia continua anémica, o desemprego só desce, timidamente, artificialmente por via do emprego público (o método guterrista já sobejamente conhecido) e truques que estão por explicar, a dívida não pára de crescer, o sistema de ensino está um caos, inoperante e politizado pelo radicalismo de esquerda, a comunicação social não informa, desinforma pelo monolitismo, pelo bloqueio e pelo silenciamento de vozes discordantes
A censura, tão ferozmente criticada na II República, pelos actuais usurpadores do poder, jovens revolucionários de esquerda marxistas-leninistas, trotskistas, maoístas e gramscistas,  é hoje, tão ou mais ferozmente praticada, do que naquela época.
As reformas de fundo (chamadas estruturais, por implicarem grandes transformações nas estruturas e nas instituições) continuam eternamente adiadas ou mesmo inviabilizadas.
E percebe-se porquê. A prioridade é para a agenda ideológica da esquerda, que é completamente incompatível com essas reformas.
O défice das contas públicas desceu, é verdade, mas à custa de uma brutal carga de impostos indirectos sobre tudo e sobre todos e de cortes draconianos em serviços essenciais do Estado com a saúde e a educação, pondo em risco doentes graves e a eficiência do SNS e na educação, a qualidade do ensino e os adequados meios.
O défice reduziu ainda pela martelagem das contas públicas, dos calotes do Estado e do truque socrático, bem conhecido, do diferimento de despesas de uns anos para os outros.
 
Um sistema de justiça  demasiado lento, pouco eficaz e, muitas vezes incongruente nas suas sentenças, tendendo a penalizar as vítimas e a ilibar o criminosos. São actos revolucionários, ao serviço esquerda mais radical e de minorias étnicas.
 
Independentemente da agenda ideológica do actual governo, a sua incompetência, desnorte e comportamento errático, caótico mesmo, perante situações de incerteza, como acontecimentos de extrema gravidade recentemente ocorridos o demonstraram.
As Forças Armadas, ditas profissionalizadas, remetidas à mera condição de funcionários públicos ao serviço do governo, uma espécie de guarda pretoriana, para servir os seus devaneios e caprichos, estão bloqueadas e bem controladas. Bem politizadas, só obedecem a quem lhes paga, o governo.
As de Segurança, igualmente bloqueadas pela ideologia oficial, impedindo-as de cumprir a sua missão.
As da Protecção Civil, desorganizadas, desarticuladas, grau de inoperância elevado, orientadas por quadros, muitos sem qualificação para exercerem estas funções de grande responsabilidade, para defesa de pessoas e haveres. O importante é satisfazer os «boys», «girls», vacas e bois, encartados do partido, e amigos e conhecidos, dos que mandam (ilegitimamente) no país.
A prioridade da solução, não foi para resolver os graves problemas de fundo de que enferma o país, sem os quais não consegue crescer e desenvolver-se, mas para  agenda dos partidos radicais que lhe deram forma, ou seja, de satisfazer os caprichos aberrantes de minorias. E conseguiram-no. Tudo está consumado. Para eles o país está mais feliz e mais justo.
Mas, para uma grande maioria não está. É tudo aparência, cosmética, disfarce, ocultação, radicalismo e ineficácia.
A prioridade e a grande preocupação dos partidos que suportam este governo, não é governar com eficiência, eficácia e competência, mas garantir tachos bem remunerados, pela expansão cada vez maior do Estado e pelas vagas forçadas que se abrem em empresas públicas e bancos, para garantir o tacho e ainda, muito importante e muito valorizadas por este governo, a sua popularidade,  imagem e garanti o voto dos imbecis úteis deste país.
Um Presidente da República, exercendo o mais alto cargo do Estado, dito social-democrata de origem, assumindo o negativo e nefasto papel de guardião e porta-voz de um governo radical, renunciando, por mero oportunismo, às suas origens ideológicas. Uma vergonha.
O Costismo, que muitos receavam, aí está, é isto! Verdadeiro fascismo de esquerda. Todas as  condições estão praticamente reunidas.

sexta-feira, 21 de julho de 2017

O RADICALISMO DE ESQUERDA E OS EXCESSOS DO CAPITALISMO

 
 
É um facto histórico comprovado, que os países onde se verificam maiores desequilíbrios na distribuição ou redistribuição do rendimento gerado, são aqueles onde o sistema capitalista de economia privada, mais se excedeu na concentração de riqueza na esfera de minorias sociais.
 
Sem pôr em causa o sistema de economia de mercado, sistema, no meu ponto de vista, o que melhor satisfaz as condições para o crescimento e desenvolvimento,  esse excesso ocorreu por várias vias.
Desde logo, a falta de uma regulação estatal adequada, as deficiências de um sistema fiscal eficiente e a consequente evasão fiscal, a corrupção a todos os níveis, o lobismo e os grupos de pressão ligados ao Estado e, muito importante, a falta de políticas sociais adequadas, não apenas em relação a um Estado Social justo e eficiente, mas também em relação aos apoios de índole vária, aos segmentos da população mais desfavorecidos ou, se quisermos, que menos condições económicas possuem para socialmente se promoverem.
 
E, neste último aspecto , que é muito importante neste contexto, após cadastro desses segmentos, são factores determinantes a educação e formação, a reciclagem de pessoas desempregadas de longa duração, o  apoio social ao empreendedorismo, a recuperação de pessoas, para a economia real,  que vivem na marginalidade e dependentes do Estado, o combate à economia paralela.
 
Todo este conjunto de factores e outros que é preciso identificar, contribuem para a existência de sociedades extremamente desiguais, com perfil terceiro mundista, gerando o que, nas teorias do desenvolvimento, se designa por EQUILÍBRIO DA POBREZA.
 
É esta situação, juntamente com todos os outros factores, causa tensão social, sentimentos de injustiça, revolta e, como facilmente se constata, abre caminho, nas democracias, a toda a espécie de radicalismo.
Temos inúmeros exemplos de países onde esses excessos foram e continuam a ser praticados, uns por inoperância e inépcia do Estado e outros por conivência do próprio Estado.
Podemos citar a maior parte dos países da América Latina, de África, alguns do Médio Oriente e da Ásia e até alguns da própria Europa, como é o caso de Portugal e da Grécia.
 
Isto explica fenómenos como o que se passa actualmente na Venezuela e no passado em outros países da América Latina, em que, uns passaram por ditaduras para pôr termo ao totalitarismo de esquerda (caso do Chile de Pinochet e do Brasil de 1964 até 1985, com José Sarney, Costa e Silva e os que se seguiram, durante vinte um anos) e outros que, transitando para regimes democráticos, acabaram igualmente em totalitarismos de esquerda.
Esta situação tem sido recorrente em muitos países a nível mundial.
Remetendo-nos ao caso português, a situação actual de Portugal não é muito diferente da verificada em países, onde os excessos do capitalismo desregrado, desregulado, a falta de controlo do sistema e a falta de politicas de recuperação dos segmentos populacionais mais desfavorecidos, tem conduzido na maior parte dos casos a regimes totalitários de esquerda, em que os partidos que os patrocinam são eleitos por essas populações, prejudicando todo o sistema.
 
O sistema político português, designadamente dos partidos da área democrática, têm de reflectir profundamente nesta situação e pugnar por um sistema que, sem pôr em causa a livre iniciativa e a economia social de mercado, garanta o equilíbrio e não tenha a tentação de cair em extremos, seja à direita seja à esquerda.
Isto significa um modelo de desenvolvimento equilibrado, que gere riqueza e crescimento e ao mesmo tempo, desenvolvimento, resultando este da acumulação dos primeiros.
 
E, no conceito de desenvolvimento cabem todos os indicadores relevantes, desde o social até  ao cultura, educacional e  científico e tecnológico.

sábado, 8 de julho de 2017

TANCOS: QUE RESPONSABILIDADES?

Daquilo que se sabe sobre o roubo de armas e explosivos dos paióis do complexo militar de Tancos, trata-se de um dos maiores desvios de armamento, de que há memória em Portugal.
Independentemente das conclusões das investigações em curso, houve grandes e graves responsabilidades, perante um assalto destas proporções. E de toda a hierarquia da estrutura do Ministério da Defesa.
 
Desde logo o Ministro, pois sendo responsável máximo pela política e administração da defesa nacional, devia ter-se inteirado do modo de funcionamento da sua organização e controlado a sua gestão (O Ministério da Defesa Nacional (MDN) é o departamento governativo da administração central portuguesa ao qual incumbe preparar e executar a política de defesa nacional, no âmbito das competências que lhe são conferidas, bem como assegurar e fiscalizar a administração das Forças Armadas e dos demais órgãos, serviços e organismos nele integrados). Teve, portanto, responsabilidades políticas e não pode a elas eximir-se, como aconteceu. Devia, assim, demitir-se.
 
No âmbito das Forças Armadas, são responsáveis os dois chefes militares colocados no topo da hierarquia, o Chefe do Estado Maior General e o Chefe do Estado Maior do Exército, pois também não administraram, como deviam, a componente Exército da estrutura. Têm, portanto, responsabilidade militar. Deviam assumi-la e também demitir-se.
Directamente pelos paióis de material de guerra do complexo de Tancos, os cinco comandantes das unidades responsáveis pela sua guarda. Tiveram também responsabilidades militares directas, não se demitiram, mas foram exonerados «temporariamente» pelos CEME, figura jurídica de que não se sabe bem o que é.
 
Na realidade, o que aconteceu?
Esgrimiram-se as desculpas do costume: CCTV avariado, patrulhas esporádicas e sem munições, falta de recursos e desinvestimento nas Forças Armadas. Falso problema. Uma boa organização de patrulhas permanentes, consegue-se perfeitamente com o contributo de uma só unidade, das cinco encarregadas da guarda, muito mais com o contributo de cinco.
E, patrulhas armadas, com armas carregadas ou com rápido acesso a munições (a selagem das cartucheiras, não é razão; esse procedimento devia, há muito ter sido anulado, porque é inconcebível, em acções de patrulhamento desta responsabilidade).
 
O Ministro, como é norma neste governo, não se demitiu, perante um incidente desta gravidade e apressou-se a descartar responsabilidades políticas.
O Chefe do Estado Maior do Exército, «sentiu-se humilhado» (mas porquê? quem o humilhou?) Também não assumiu qualquer responsabilidade e branqueou o comportamento do Ministro, dizendo que este não tinha de assumir responsabilidades políticas.
Do CEMGFA (Chefe militar máximo dos três ramos), nem se falou.
 
Os cinco comandantes das unidades de Tancos, responsáveis directos, também não se demitiram e, não assumiam a responsabilidade militar. Foram praticamente demitidos (temporariamente) pelo Chefe do Exército.
No meio de toda esta confusão e desorientação, ninguém assume responsabilidades por coisa nenhuma neste país, o descalabro reina, gerou-se um clima de desconfiança em tudo e em todos, não se confia na hierarquia militar, entrega-se  a guarda de paióis a seguranças privados. Isto é absolutamente inconcebível.
 
Este episódio, bem como o de Pedrógão, são bem o reflexo do desnorte, irresponsabilidade e incúria deste governo e, por mais graves que sejam as desgraças que aconteçam ao país e ao seu povo, ninguém assume responsabilidades, não há consequências e como sempre « o sol nasce e nada acontece…».

sexta-feira, 7 de julho de 2017

DEMOCRACIA SOCIAL AO CENTRO: A FÓRMULA QUE INTERESSA A PORTUGAL

 

É um facto que a nossa democracia está em crise.
Quase meio século depois de implantada a III República, é uma evidência, que a nossa democracia não funciona, ou funciona mal.
E não funciona pelos vícios de manipulação de que enferma, não funciona porque se transformou numa oligarquia partidária, dominada quase exclusivamente pela esquerda, não funciona pelo aproveitamento corporativista do sistema partidário e não funciona adequadamente ainda pelas vicissitudes e erros do modelo de desenvolvimento seguido e orientado por um enquadramento constitucional irrealista e hoje, completamente desajustado.
Décadas depois de implantado o regime abrilista, Portugal encontra-se estagnado com crescimentos anémicos, impedindo um desenvolvimento sustentável.
 
E não é por falta de recursos, que os há, em quantidade e qualidade suficientes, internos e externos, para a dimensão demográfica e geográfica do nosso país.
Portugal tem recursos, tem condições, para ser um país próspero e desenvolvido, mesmo sob tutela da União Europeia.
O que falta a Portugal é realismo, mais metodologia e menos ideologia, mais pragmatismo e menos utopia, menos burrice e mais inteligência, mais participação dos cidadãos independentes de reconhecido mérito e competência e menos nomeações partidárias por critérios quase exclusivamente políticos ou baseados no clube de amigos ou dos interesses instalados.
 
O que falta a Portugal é menos oportunismo, menos carreirismo político e mais verdadeiro serviço ao país e aos portugueses.
O que falta a Portugal é um sistema de justiça que funcione e um enquadramento legal estável que dê previsibilidade aos agentes económicos e aos cidadãos em geral.
 
O que falta ainda a Portugal é um eleitorado esclarecido, com cultura suficiente para avaliar o que é bom do que é mau, do que funcionou bem ou funcionou mal, do que interessa ou não interessa, não a cada um de nós individualmente, mas a todo o país, pois deste modo todos sairemos beneficiados.
Vencer a barreira da abstenção, praticamente metade do eleitorado, está fora do sistema, não vota e, paradoxalmente, os partidos do sistema, não se preocupam com isso, pois sabem que sairão beneficiados.
 
Vencer a barreira da abstenção é procurar saber porque as pessoas não votam, é ESTUDAR POR AMOSTRAGEM ESSE ELEITORADO e concluir sobre as suas razões.
Este trabalho é absolutamente crucial, SE QUISERMOS MELHORAR A NOSSA DEMOCRACIA, afastando a influência nefasta dos partidos radicais, sem expressão que justifique a sua intervenção na vida política.
 
E, naturalmente, o enquadramento institucional que estimule e favoreça o crescimento e desenvolvimento do país, que o mesmo é dizer, a Reforma do REGIME.
Reunidos estes pressupostos básicos, há muitos outros, sem dúvida, é preciso encontrar a fórmula que melhor satisfaça o interesse nacional.
Fórmula equilibrada, que permita ao mesmo tempo, a implementação de políticas sociais realistas e  crescimento económico e desenvolvimento.
 
Como em democracia tudo depende de um voto, tudo está dependente deste e, nesta perspectiva, é fundamental um esclarecimento adequado do eleitorado (o que vota e o estudo do que não vota), para ajustar as necessários estratégias de marketing político.
É imperioso que os partidos da área democrática façam esse esforço, pois, parece que está a ser menosprezado, por opção ou por tacticismo  partidário, prejudicando a democracia, enviesando os resultados eleitorais e abrindo caminho ao radicalismo.
 
Se com este esforço, o sentido de voto se alterar para o lado das forças democráticas, fica facilitado o caminho para, não apenas, a reforma do regime, mas a implementação de uma verdadeira DEMOCRACIA SOCIAL PARTICIPATIVA AO CENTRO, gerindo as políticas e o modelo de desenvolvimento, com flexibilidade, segundo as necessidades do país.
Com este esfoço, os partidos democráticos, poderão aumentar a sua dimensão e influência e facilitar o tão necessário ACORDO DE REGIME, que permita implementar as REFORMAS DE FUNDO, de que tanto o país precisa para se desenvolver.