Alguém afirmou, durante o período de debate, numa conferência sobre economia portuguesa que proferi numa organização partidária que, em Portugal, tem receio de se assumir como nacionalista, pois é logo criticado pela sociedade e rotulado com impropérios que se dispensava de referir.
Achando
muito estranha essa convicção, disse-lhe, muito claramente:
- Meu amigo,
nunca receie, nem tenha vergonha, de se afirmar como nacionalista e antes pelo
contrário, considerar ser motivo de orgulho e honra para si.
E
acrescentei: ser nacionalista é um estado de espírito, uma convicção profunda
de quem ama a sua Pátria e defende e se mantém fiel à identidade da sua Nação.
Se há portugueses que não são
nacionalistas, ou pior, se a maioria dos portugueses não se afirma como
nacionalista, é um grave sinal de decadência da nossa sociedade, um grave sinal
de que os portugueses se estão a afastar cada vez mais da sua identidade como
povo e como nação.
Um povo que renuncia às suas
origens e não se identifica com a sua Pátria, com a sua Nação, com os seus
valores, cultura e história, é um povo perdido, sem rumo nem norte e facilmente
vencido e subjugado.
Mas, como é
meu apanágio, gosto sempre de ir ao fundo das questões.
Esta ideia
do antinacionalismo, com que a mente de muitos portugueses foi intoxicada, por
Abril, pela esquerda socialista e mundialista, pela esquerda social-democrata e
agora pela globalização, teve um claro objectivo.
O Abril anti-fascista por ter
identificado e associado o nacionalismo, ao fascismo dos anos vinte e trinta do
século passado. O fascismo hitleriano, mussoliniano, franconiano e, no meu
ponto de vista, erradamente, ao pretenso fascismo português, o salazariano.
Abril educou o povo assim. No
anti-nacionalismo, no antifascismo , no esquerdismo do tipo destrutivo,
ignorando que, nacionalismo, não é, necessariamente, fascismo.
Esqueceu-se que, o nacionalismo
de hoje, é muito diferente dos nacionalismos dos anos vinte e trinta do século passado,
com que os ditadores da época, exacerbaram e acirraram, como cães raivosos, os
seus povos contra outros povos.
Apenas para prosseguirem
as suas ambições hegemónicas europeias, africanas, americanas e asiáticas.
A esquerda socialista e
social-democrata, do tipo destrutivo, propondo a dissolução das identidades
nacionais, por se ter colocado claramente ao serviço do mundialismo e da
globalização, deixando que os seus povos, tomados de assalto pelos grandes
interesses internacionais, se vão transformando progressivamente, em meras
zonas geográficas fornecedoras de mão de obra barata, obedecendo servil e
obedientemente, ao comando mundial.
Analisando a
questão do nacionalismo, numa perspectiva ideológica, direi apenas que nunca
encontrei tal relação. Nem nos anos vinte, trinta ou quarenta do século
passado, muito menos agora em pleno século XXI.
O que
aconteceu, nos piores anos hitlerianos e mussolinianos que, como sabemos,
associaram nacionalismo com socialismo, esta ligação foi premeditadamente forçada
a entrar nas mentes dos povos da época, apenas para mais facilmente os aliciar
e dominar, servindo-se do socialismo paradisíaco, ideologia cativante e que
convence, colocando-os ao serviço das suas desmedidas ambições.
O ardil
funcionou em pleno e esses povos pagaram bem caro o embuste.
O nacionalismo de hoje é, tão só,
um estado de espírito, uma convicção patriótica, a afirmação da identidade
nacional dos povos, para que acordem enquanto é tempo, uma corrente
anti-globalização, um mecanismo defensivo, que os possa salvar e resgatar, das
garras esclavagistas da servidão, que se pretende impor a todos os povos da
Terra, por um Comando Mundial de grandes interesses económicos e financeiros.
Finalmente um
novo neo-fascimo, em evolução, um fascismo democrático.
Abril que
sempre repudiou o fascismo, na sua expressão original, conotando-o com Satanás ou pior ainda, com Belzebu, um diabo
hierquicamente acima daquele, consentiu que o seu regime, pretensamente
democrático, tenha evoluído para uma nova forma de autoritarismo, uma
oligarquia autocrática muito próxima de um totalitarismo.
Uma ditadura bipartidária, que
põe e dispõe do regime a seu bel-prazer, endeusada por um chefe e enquadrada
por corporações e subcorporações de interesses, cujo comportamento e «modus
operandi» se assemelham muito a um fascismo ortodoxo, sob a capa de uma
democracia.