sábado, 26 de junho de 2010

A MÉDICA-PROSTITUTA CHICO-ESPERTA

Passou hoje, em grande reportagem, em todas as estações da TVI, um documentá rio sobre uma médica pediatra inglesa que se prostituiu durante 14 meses para ganhar dinheiro que lhe permitisse pagar uma tese de doutoramento.

A notícia em si não me surpreendeu, já te tão vulgar ela é, pois toda a gente sabe que desde estudantes universitárias até mulheres já em vida profissional activa, se prostituiem apenas com o objectivo de ganhar muito dinheiro, dinheiro sujo é certo, mas muito dinheiro.

E a desculpa esfarrapada de que é para pagar estudos, ou coitadas porque estão mal na vida, também não convence, pois todos sabemos que os pais das estudantes dispõem de rendimentos suficientes, caso contrário não as teriam posto a estudar.

E além disso, há as bolsas de estudo a que os estudantes mais necessitados recorrem para financiar estudos e até os financiamentos bancários muito favoráveis que existem para tal efeito.

Mas, a natureza humana é mesmo assim.
Para a perversão e para o ilícito tem de arranjar sempre uma desculpa, um alíbi, uma justificação.

E, uma vez justificado o ilícito, torna-se lícito o procedimento, por mais sujo e injusto que seja.

É a chico-espertice a funcionar no seu melhor e, como há vários tipos de chico espertice, este poderíamos adjectivá-lo de chico-espertice suja, pois é das mais ignóbeis que se podem praticar.

No meu ponto de vista é pior do que roubar!
Passo a explicar porquê:

Em primeiro lugar, a prostituição enquanto tal, não é uma profissão ou actividade explicitamente declarada ou que conste das tabelas nacionais das Actividades Profissionais ou da Classificação das Actividades Económicas.

Logo, é uma actividade remunerada ilegal, porque não há nenhum controlo por parte do Estado, sobre os rendimentos (leia-se elevadíssimos, que ultrapassam a nossa imaginação) desta actividade e portanto não paga impostos como todos os cidadãos são obrigados a pagar.

Que se conste, as prostitutas não passam recibos-verdes nem facturas-recibo aos seus «clientes». Está entre aspas, porque os ditos clientes, na realidade não o são. Só há verdadeiros clientes em actividades legais.

Estas pessoas que recorrem a prostitutas era melhor chamar-lhes, não clientes, mas coitados, ou atrasados mentais...

Em segundo lugar e independentemente de julgamentos éticos ou morais, discutíveis, em relação a alguém que aluga ( é alugar e não vender; a prostituta não vende o corpo, aluga o corpo), o corpo, a questão que se coloca é de ordem filosófica, ou seja sobre a justiça ou injustiça social, do acto praticado e do rendimento gerado.

De facto, em relação ao conjunto da sociedade, esta ainda minoria, que se prostituem para ganhar muito dinheiro sem pagar impostos, acaba por ser uma classe privilegiada, que enriquece rapidamente numa vida divertida e fácil, enquanto a maioria da sociedade, tem de trabalhar no duro, uma vida inteira, muitas vezes com salários de miséria, para conseguir, não enriquecer, mas simplesmente sobreviver.

Conclui-se assim, que a actividade da prostituição, sendo por um lado ilegal (não declara rendimentos e portanto não paga impostos) e por outro, no plano das desigualdades sociais, é profundamente injusta, em relação àqueles que trabalham honestamente, é uma actividade èticamente ilícita e uma verdadeira fraude económica e social.

Por isso a classifiquei de roubo!

Voltando ao caso da médica inglesa, o que é estranho e surpreendente não é o acto em si, que é muito vulgar nos dias que correm, mas a forma despudorada como divulgou a actividade praticada através de entrevista à televisão e à referência que fez à publicação de um livro, descrevendo os pormenores e ainda à subida da sua reputação no meio social onde exerce a sua profissão.

Com efeito, estas sim, são três coisas muito estranhas!

Em primeiro lugar, interrogo-me como é possível, uma sociedade, neste caso a inglesa, permitir que uma mulher venha à televisão divulgar a actividade de prostituição a que se dedicou, com o falso pretexto de pagar um doutoramento
(basta fazer contas: média de 3 coitados/dia x € 400 x 420dias = € 504.000, ou seja, mais de meio milhão de euros em pouco mais de um ano).


Um doutoramento não custa nem de perto nem de longe, mesmo em Inglaterra, meio milhão de euros.

Em segundo lugar, a publicação de um livro, divulgando pormenores de sexo tido com os atrasados mentais que enganou.

De facto, pergunta-se, então o rendimento da prostituição não chegou para pagar o doutoramento, ainda foi preciso publicar um livro, para enganar mais uns milhares de parolos e com isso fazer mais uns milhares?

Mais uma prova de que a desculpa para a prática da prostituição não convence.

Em terceiro lugar, a referência à subida da reputação no meio social onde vive e no conjunto da sociedade inglesa!

É de pasmar!?

Se é verdade o que afirmou, então concluie-se que a sociedade inglesa, ao aprovar actos ética, económica e socialmente ilícitos, entende e deu o seu «agrement» que tais actos devem ser incentivados e até contribuem para o aumento da reputação das pessoas que os praticam.

Ou seja, a sociedade inglesa, incentiva a chico-espertice suja, os actos ilícitos, as fraudes económicas e sociais! E com isso incentiva muitas outras chico-espertas a fazerem o mesmo, porque é um exemplo a seguir!

Até aumenta a reputação e o prestígio social, porque o económico já está bem garantido, às prostitutas chico-espertas!


Se não fosse profundamente triste, este episódio é, no mínimo sórdido e ridículo!

No mundo ocidental é assim, como descrito.
Noutras sociedades daria pena de morte.


É o mundo imprevisível e incompreensível em que vivemos e nele temos de viver!
Até quando?

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