segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O QUE É SER DE DIREITA

Num país como Portugal onde predomina uma cultura de esquerda, herdada de uma revolução socialista, já lá vão trinta e seis anos, e de uma formação sindical e política de partidos ditos de esquerda, das chamadas «classes trabalhadoras», não é fácil ser de direita e falar sobre os valores da direita.

E, até, paradoxalmente, pessoas que assumidamente compreenderam e assimilaram os valores da direita, têm vergonha ou temor de o dizer publicamente.

É muito triste e confrangedor, termos a constatação destes factos, num país dito livre e democrático, como se afirma Portugal, através do poder instituído.

Ser de direita não é nenhum sacrilégio, não é nenhum crime É preciso desmontar, de uma vez por todas, este preconceito, esta ideia feita de que a direita, como a muitos portugueses foi repetidamente ensinado, é o fascismo e a reacção, a faixa politica onde se situam os patrões e donos de empresas, como se estes não fossem também trabalhadores.

Nada mais errado!
É preciso desmontar o mito e o preconceito!


É preciso divulgar os valores da direita, os verdadeiros valores da direita, para que, quem trabalha, seja por conta de outrem, seja por conta própria, seja activo ou aposentado, os possa compreender e decidir livremente.

Só assim haverá verdadeira liberdade no nosso país.
Não é, como acontece, na maioria dos casos, os órgãos de comunicação, veicularem apenas ideias de esquerda, através de oradores e colunistas, quase sempre os mesmos, previamente seleccionados, que esclarecemos e tiramos as dúvidas ao povo português.


Por isso Portugal é um país de esquerda! Por isso temos uma cultura de esquerda e com ela, no meu entender, nos estamos a afundar.
A utopia, como sempre, e como valor absoluto que é no nossos país, prevalece sobre a realidade. Nada é mais importante do que a utopia.

Por isso somos, no contexto europeu, um dos países mais atrasados, senão mesmo o mais atrasado, de mais baixo rendimento «per capita» e, paradoxalmente onde predomina a pobreza, a ignorância, a «chico-espertice» ( leia-se, a mais douta consultoria generalista existente em Portugal) e a exclusão social.

Mas, também e ainda mais paradoxalmente e escandalosamente, onde predomina uma nobreza que aufere altíssimos rendimentos, muito acima das médias europeias, ligada às grandes empresas públicas e às grandes empresas privadas do betão e não só, que têm o privilégio, nesta sociedade paradoxal, de venderem bens não transaccionáveis (leia-se em que não há concorrência) e ganham quase sempre os grandes concursos públicos abertos pelo Estado.

São estes, então, os valores da esquerda?
São estes os valores que empobrecem cada vez mais os portugueses e as classes trabalhadoras e contribuem para o aparecimento de uma nobreza riquíssima, que não faz outra coisa senão acumular dinheiro e mais dinheiro à custa do sacrifício e da miséria dos portugueses?

Em Portugal tudo indica que sim!

Os factos observados, apontam nesse sentido, ou seja, os valores da esquerda só têm contribuído para o empobrecimento de grande parte dos portugueses e para o enriquecimento desmesurado de minorias privilegiadas!

Mas, os valores da esquerda, não se esgotam nem se resumem apenas nos factos atrás descritos.


Há muito mais a dizer, e que constitui a base, os alicerces deste edifício, prestes a ruir e que se chama Portugal.

A diferença entre esquerda e direita não é apenas filosófica, mas acima de tudo de natureza metodológica, isto é, os métodos utilizados para se atingir o máximo nível de bem-estar social, objectivo a que se propõe toda a filosofia política, são muito diferentes entre a esquerda e a direita.
Assim:

- Principais diferenças de ordem filosófica:

A esquerda é limitativa da liberdade individual e da livre iniciativa
A direita propõe a liberdade individual, com responsabilidade e a livre iniciativa

A esquerda é igualitária, isto é, reduz o indivíduo, à condição de mero número social igual a todos os outros, não distinguindo os bons dos maus
A direita incentiva o valor, a criatividade e a afirmação individual, isto é, dá espaço a que cada indivíduo construa em liberdade a sua vida e a sua carreira.

A esquerda é colectivista, é contra a propriedade privada e portanto é contra natureza intrínseca do Homem, que deseja a propriedade de bens materiais.
A direita defende a propriedade privada e incentiva o indivíduo, pelo seu esforço, pelo seu trabalho e pelas suas capacidades, a tornar-se proprietário.

A esquerda defende valores anti-naturais, isto é, que são contra a Vida e a Ordem Natural (defende o Aborto, a Homossexualidade, a Droga).
A direita defende valores naturais que procuram preservar a Vida e a Ordem Natural.

A esquerda defende a unicidade de pensamento, procurando impor uma única forma de pensar a todos os cidadãos.
A direita propõe a liberdade de expressão e pensamento e o pluralismo democrático

A esquerda é anarco-revolucionária, isto é, procura substituir os valores sociais que se impuseram ao longo dos séculos e da história do Homem, como os mais adequados, por valores anti-sociais ou simplesmente a ausência de valores de referência, substituindo-os pelo individualismo.
A direita procura preservar, numa perspectiva de evolução das sociedades, os valores sociais fundamentais, como a Família, o papel e responsabilidade dos pais na educação e formação dos filhos e princípios e valores sociais que constituam referências para o conjunto da sociedade.

A esquerda é estatizante, isto é, defende o primado do Estado sobre o cidadão, isto é, a prevalência de um Estado orientador e controlador dos actos dos cidadãos e a submissão incondicional destes àquele.
A direita defende o primado do cidadão sobre o Estado, ou seja, o Estado existe para servir os cidadãos e prover às suas necessidades colectivas., que não possam ser satisfeitas por privados.


- Principais diferenças de ordem metodológica:

A esquerda é interventiva e totalitária, isto é, intervém na sociedade e no sistema económico, através de um Estado gigante e todo poderoso, asfixiando e e limitando a livre acção das forças sociais e dos agentes económicos.
A direita defende a regulação e não a intervenção do Estado, criando espaço à livre iniciativa e à capacidade criadora dos cidadãos e dos agentes económicos.

A esquerda defende um Estado Social baseado no livre arbítrio do Estado em matéria de cobrança de impostos e contribuições, retirando uma parte substancial do rendimento obtido por quem se esforça, trabalha e revela capacidades, para redistribuir a quem não trabalha, não se esforça e não revela capacidades, dando origem a graves injustiças e fomentando o ócio, o desemprego e o parasitismo.


A direita propõe um Estado Social baseado numa economia sólida, em crescimento, num Estado de pequena dimensão, cobrando impostos e contribuições de forma equilibrada, fornecendo o apoio social a quem realmente precisa e criando condições para ocupação de postos de trabalho a quem estiver em condições de trabalhar.


A esquerda defende o primado do social sobre o económico, isto é, tende a distribuir riqueza ainda não gerada ou gerada de modo insuficiente por um sistema económico frágil e sobrecarregado de impostos e contribuições, contribuindo para o definhar daquele e pondo em causa o Estado Social.

A direita defende o primado do económico sobre o social, isto é, criar previamente riqueza suficiente, através de um sólido sistema económico, e só depois distribuí-la de forma equilibrada, justa e equitativa, gerindo deste modo um sólido e verdadeiro Estado Social.

A esquerda é maximizante da dimensão do Estado e do seu poder interventivo, dificultando a acção dos agentes económicos e colocando-os ao serviço daquele, limitando deste modo o desenvolvimento económico natural.
A direita é minimizante da dimensão do Estado e do seu poder interventivo, dando espaço à acção dos agentes económicos e dos cidadãos, com um adequado nível de regulação.


Procurei apontar apenas as principais diferenças de ordem geral.
Muitas mais se poderiam apontar, de pormenor.

Em síntese e comparando as principais diferenças entre esquerda e direita, não é difícil deduzir as causas do nosso sub-desenvolvimento.

Enquanto a filosofia política e as metodologias subjacentes, que prevalecem em Portugal não mudarem, o país não terá futuro.
Enquanto não prevalecer o equilíbrio e os pratos da balança continuarem desequilibrados apenas em favor de umas partes do tecido social, Portugal não terá futuro.

Por isso e como já referi em artigos anteriores, defendo a «democracia social flexível» ao centro, com equilíbrio entre esquerda e direita, mas tendo como pano de fundo, base e suporte de tudo, a prevalência dos valores da direita, os únicos capazes de gerar riqueza em abundância e depois permitir a sua distribuição de forma justa e equitativa, num quadro de liberdade, com responsabilidade, dos cidadãos.

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