quinta-feira, 14 de julho de 2011

A FACE OCULTA DO SOCIALISMO

Ontem, ao ver e ouvir nos noticiários televisivos da manhã, o comentário do fiscalista Tiago Caiado, pessoa que já nos habituou às suas objectivas e contundentes opiniões, mas extremamente realistas, mais até do que as de Medina Carreira, sobre a situação portuguesa e do regime em que vivemos, fiquei e como sempre, satisfeito pela frontalidade e pelo desassombro anti politicamente correcto, com que exprime as suas opiniões.

É destas personalidades, infelizmente ainda raras em Portugal, que o nosso país precisa.

Que tenham a coragem de falar, que não tenham medo do politicamente correcto, que ponham em causa esta e muitas falsas ideias postas a circular pelas grilhetas mediáticas que nos têm acorrentado durante décadas, completamente alienadas e subservientes do poder político resultante do voto.

Falou da situação europeia, da sua debilidade enquanto espaço económico, politico e social e por isso mesmo, alvo dos ataques cirúrgicos dirigidos do outro lado do Atlântico, contra os seus elos mais fracos: Portugal, Grécia e Irlanda e agora também a Itália.

Falou da situação portuguesa e da sua debilidade, reflexo dos erros internos cometidos e dos males europeus, levados aqui em Portugal aos extremos.

Portugal é sempre o campeão dos extremos em quase tudo o que é mau na União Europeia. Talvez para dar nas vistas e se fazer notado, mas pelas piores razões.

A questão de fundo abordada por Tiago Caiado, era a causa do mal europeu e da cópia do seu modelo para quase todos os países que integram a União Europeia:

A aposta nos modelos económicos e sociais propostos pelo socialismo.Para ele e eu estou inteiramente de acordo, a causa da desagregação europeia e da sua debilidade económica e social reside exactamente nessa opção, aparentemente boa e prometendo o paraíso, a igualdade e a prosperidade para todos, como que retomando os dogmas da Revolução Francesa, mas conduzindo à debilidade económica, ao cavar das desigualdades sociais, e à desagregação do Estado Social, nos moldes em que ele foi concebido e construído.

É esta a face oculta do socialismo, aquela que não se vê, não se dá por ela, enquanto durar o dinheiro dos outros, como bem um dia afirmou Margaret Teatcher, antiga primeira-ministra do Reino Unido, mas que se começa a sentir na pele, quando o dinheiro dos outros começa a rarear e a acabar.
E esses outros, para que todos entendam, são as empresas, são os empresários empreendedores, que trabalham no duro para que as suas empresas gerem riqueza e são todos aqueles cidadãos que, querendo legitimamente prosperar e subir na vida, através do empenho esforçado na formação, qualificação e trabalho, quantas vezes árduo e difícil, conseguem atingir um patamar social e económico que lhe permite manter um nível de vida acima da média.

De facto, o chamado socialismo dito democrático, ideia lançada em Portugal pelo seu patrono ideológico, Sr. Mário Soares, pretende ser um meio termo, entre capitalismo puro ou regulado privado e comunismo (capitalismo de Estado).

Porque nem é uma coisa nem é outra, pretende atingir objectivos semelhantes aos do comunismo, mas pela dita via democrática,.

Ou seja, este conceito extremamente ambíguo de socialismo democrático, pretende, por via indirecta, isto é, deixando aparentemente aos cidadãos a livre iniciativa, o empreendedorismo económico e o esforço individual, para tentarem alcançar um nível de vida acima da média, mas no fim do processo, quando esses objectivos foram alcançados, o Estado extorque-lhes uma grande parte, ou mesmo a maior parte, do rendimento por eles gerado, com vista a atingir, por via da chamada redistribuição do rendimento, objectivos de igualdade e apoio social aos cidadãos, ditos «mais desfavorecidos».Ou seja, o Estado neste socialismo dito democrático, mas que na prática acaba por ser uma via indirecta de atingir objectivos próximos dos comunismos, desempenha o mero papel de saqueador dos agentes económicos e dos cidadãos, a chamada economia real, para entregar de mão beijada aos ditos desfavorecidos, uma grande parte deles, falsos desfavorecidos.

E falsos desfavorecidos, por via do golpe, do parasitismo, do oportunismo, do ócio por não quererem trabalhar, da inépcia de não quererem estudar e adquirir formação e qualificação e pelos rendimentos paralelos não declarados que auferem, em acumulação com os apoios sociais que auferem do Estado.É bem mais cómodo e agradável, como diz e bem, Tiago Caiado, viver no ócio e ir beber uns copos à cervejaria, do que ir trabalhar, e é ainda mais agradável saber que esses rendimentos foram extorquidos àqueles que trabalham no duro todos os dias.

Muitos ditos desfavorecidos
, vivem em boas casas de renda quase gratuita, recebem apoios sociais duplicados e triplicados, trabalham na economia paralela e ganham muito mais, do que o seu vizinho do mesmo prédio que, não sendo desfavorecido, tem de trabalhar arduamente todos os dias, e por isso mesmo, acaba por auferir um rendimento muito mais baixo do que o do seu vizinho considerado desfavorecido e que não faz nada de útil na vida.

O socialismo dito democrático é isto. Mas, é apenas uma das peças da sua tenebrosa face oculta.


Outra peça é sobejamente conhecida: os tachos, as mordomias e os privilégios dourados dos agentes, espalhados por todo o país, deste tipo de socialismo que, o «furo» de ser agente público desta original ideologia, pôde proporcionar para prosperar na vida e levar uma vida regalada à pala do paizinho Estado, que nunca falha com o pagamento dos ordenados destes privilegiados do regime.

E são muitos, muitos mais do que se pensa, os boys e as girls que viram este «furo» para subirem na vida. E subiram bastante bem, a avaliar pela exibição de riqueza que ostentam.

Quem paga tudo isto? Os mesmo de sempre!

A terceira peça da face oculta do socialismo democrático é o resultado final de tudo isto: desagregação do Sistema Económico e do Estado Social por via do saque e extorsão do Estado, para manter o sistema, aumento exponencial das desigualdades sociais, bancarrota, empobrecimento generalizado e miséria.Foi este o mal da Europa. Foi este o mal de Portugal.

A questão que se coloca a partir de agora é se o povo português quer continuar na rota do socialismo democrático que, com a trajectória que seguiu até aqui, vai desembocar no abismo ou se quer inverter a tendência e seguir outra trajectória.

Terá o povo português aprendido a lição?A resposta a esta pergunta é de prognóstico muito reservado.

Em meu entender receio bem que não.E a razão é muito simples: tendo em conta o perfil do nosso eleitorado e com metade do país habituada ao paternalismo do Estado e à subsídio dependência, não vai querer mudar.

Uma grande parte dos portugueses são avessos à mudança, não gostam de arriscar. Preferem o comodismo e a vida regalada que a subsídio-depedência pode proporcionar.

E os políticos profissionais, os boys e as girls, qualquer que seja o quadrante político, não vão desarmar e vão apostar em garantir a sua carreira.

Só que se esquecem duma coisa:

É que o socialismo só dura enquanto durar o dinheiro dos outros.

E o dinheiro dos outros está-se mesmo a acabar!

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