sábado, 2 de julho de 2011

GRÉCIA: A MINHA ARMA É A MINHA ALMA


Tenho acompanhado com muita preocupação a evolução da situação na Grécia, não apenas pelo sofrimento por que o povo grego está a passar, mas também pela possibilidade de contágio dessa situação a Portugal e a outros países europeus, tornando ainda mais frágil esta União Europeia que não soube precaver-se a tempo das ameaças que já pairavam no horizonte há vários anos.

E não soube precaver-se por um lado, pela inépcia e imobilismo dos eurocratas que estão à frente dos destinos europeus e por outro, por via dos socialismos que, teimosamente, vingaram durante demasiado tempo, nos países do sul da Europa: Portugal, Espanha e a própria Grécia.

Outros socialismos europeus também ajudaram, como na Inglaterra, em França e na própria Alemanha. Mas estes países resistiram melhor, ao desvario despesista e incompetente socialista, porque tinham e têm economias mais sólidas.

Mas, mesmo assim, precisaram da ajuda dos partidos não socialistas do centro e centro-direita, para se recomporem.

Ao observar a revolta popular na Grécia, constato aquilo que já observámos nos outros países do sul (Portugal e Espanha): os revoltados são predominantemente jovens.

E, nessa observação, fiquei a pensar na resposta de uma jovem grega que, ao ser entrevistada por uma repórter portuguesa sobre que «armas vão utilizar a partir de agora, para contestar a situação» ela respondeu de imediato:

- «A MINHA ARMA É A MINHA ALMA»

Esta frase diz tudo, sobre o sentimento de revolta, de decepção, de indignação e de desespero que vai na alma dos jovens gregos que, tal como cá e tal como Espanha e talvez em outros países europeus, não encontram explicação para uma situação de que são alheios, mas que de que irão ser as principais vítimas.

E vão ser as principais vítimas pela mão de uma geração egoísta, oportunista e imobilista, que só pensou em si própria, que só cuidou dos seus interesses imediatos e não pensou em planear e assegurar o futuro dos seus filhos.

Geração que acreditou e apostou, durante demasiado tempo, em modelos económicos e sociais ultrapassados, que não têm capacidade de gerar riqueza, que o mesmo é dize,r que não têm capacidade de arquitectar uma economia sólida capaz de criar poupança e portanto capacidade de investimento e de criação de emprego.

Antes pelo contrário, os sistemas em que esta geração apostou, enveredaram pela expansão de um Estado despesista gigantesco, para dar emprego, tachos e mordomias aos amigos do partido e que, pela voracidade em sacar receitas do sistema económico privado, para manter esse despesismo estatal incontrolado, acabaram por asfixiar o próprio sistema económico de tal forma que este acabou por soçobrar e ficar incapacitado de gerar riqueza que permitisse o investimento e com ele a capacidade de emprego.

O próprio Estado, como aliás sempre tenho afirmado nos artigos que escrevo, acabou, ele próprio por soçobrar, perante a sua incapacidade de saque sobre o sistema económico privado, consequência do definhar deste.

O próprio Estado Social, tão apregoado pelos socialistas, qual paraíso em que os velhos andam com bengalas de chocolate, também acabou por ser posto em causa, pelas mesmas razões.

Se acrescentarmos a tudo isto as estratégias do marketing eleitoral, demagógico e enganador, que os socialistas utilizaram para chegar ao poder, a incompetência, a inépcia, o oportunismo e as políticas suicidas de endividamento desmesurado, que seguiram para tentar iludir as populações de que o sistema era bom e o paraíso era possível e para os investimentos nas obras de regime, recorrendo a parcerias público-privadas, temos a mistura explosiva que provocou a hecatombe.

Sem comentários:

Enviar um comentário