sábado, 27 de julho de 2013

O REGIME PORTUGUÊS: ESTADO GORDO, POPULAÇÃO MAGRA




"Para onde foram os 100 mil milhões de aumento do endividamento dos últimos dez anos?" - questionou Louçã no início dos trabalhos da VII Convenção do BE. E respondeu: "o dinheiro foi para uma classe ociosa agarrada ao Estado, e que se situa entre o imobiliário e a finança."
 O líder do BE referiu que ouve Eduardo Catroga a falar de um 'Estado gordo' e se lembra que o grupo José e Melo é o maior titular das Parcerias Público-Privadas . "E esse grupo é governado por homens que todos os dias nos dizem que vivemos acima das nossas possibilidades. Esses homens são o governo sombra do 'Estado gordo' e nele estão nomes como Eduardo Catroga, Nogueira Leite e António Vitorino" denuncia.
"Há 4 milhões de portugueses que têm menos de 300 euros por mês" diz Francisco Louçã acusando "PS,PSD e CDS de ser aqui que querem cortar".

 Francisco Louçã - Economista

Um dos aspectos centrais da incongruência e absurdo do regime português, reside exactamente neste antagonismo entre a riqueza absorvida pelo Estado e aquela que é distribuída pelo resto da população.
Este aspecto do diagnóstico do mal português há muito que é conhecida e divulgada por aqueles que, com isenção e renunciando ao pensamento puramente ideológico, têm a frontalidade de o denunciar.
Não apenas o Estado Gordo, mas todos os tentáculos a ele ligados, representados pelas grandes unidades e grupos económicos e financeiros que, só por si, absorvem e concentram, mais de metade da restante riqueza produzida pelo país.

O que sobra, cerca de 20% do total, é distribuída, mesmo assim, de forma muito desigual,  pelos restantes quatro milhões da população activa e tendo em conta que, supostamente, a restante população (aproximadamente cinco milhões), reformada, aposentada ou no desemprego, recebem pensões ou subsídios de acordo com aquilo que descontaram uns , durante toda a vida activa e outros, os desempregados, enquanto tiveram emprego, eles e as suas entidades empregadoras.


Este modelo, como sabemos, inspirado no sistema SDS (Socialismo Democrático Soarista), cujo grito do Ipiranga foi lançado por Soares no célebre Comício do Partido Socialista da Alameda Afonso Henriques em 1975, onde ainda defendia no seu programa ideológico, a «ditadura do proletariado», continuado e aplicado ao longo de décadas pelo cavaquismo, guterrismo e socratismo, engordou um Estado (Central, Empresarial, Autárquico e Orgânico) que, por via do expurgo e esvaziamento do rendimento da economia privada, arruinou o sistema económico e os cidadãos.


Não só arruinou como, teimando no modelo, tido pelos seus mentores e discípulos continuadores como um «abracadabra», uma espécie de paraíso prometido aos portugueses, manteve o país numa situação artificial, recorrendo-se a uma espiral de endividamento que nunca mais parou, criando a ilusão do paraíso, mas tendo como objectivos a caça ao voto  e estratégias eleitorais, para o acesso fácil ao pote do mel e ao trono do poder.


Inevitavelmente o sistema rebentaria, como rebentou, qual balão colorido que, nas mãos de uma  criança, inadvertidamente,  soprou  demais.


A ideologia predominante, fruto da desinformação dos riscos associados e da incredulidade de muita gente neste país,  continua a fazer estragos, acreditando que a ideologia sagrada e radicalizada, será a sua salvação e a porta de entrada para o tão sonhado paraíso,  em que, todos reduzidos à ínfima espécie, ao igualitarismo absoluto, até das inteligências e capacidades, seremos finalmente felizes.


Mera ilusão. Se isso, um dia, por força das circunstâncias e para nosso infortúnio, acontecer, novas formas de escravatura nos esperam pois, desde sempre, desde a antiguidade, desde o império romano de Pompeu, Crasso e Cícero, de uma forma ou de outra, a tendência natural das sociedades será sempre o aproveitamento de uns para escravizar as maiorias.


A História mostra-o ao longo dos tempos. Os Estados nascem, crescem e morrem.  O PODER NUNCA MUDA.


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