segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

O ACTIVISMO DO POVO PORTUGUÊS




Desde há muito que corre a ideia de que o Povo Português já não quer ouvir falar de partidos, tais os prejuízos e danos que causaram à Nação.
Sempre ouvi dizer isto mas, cada vez tenho mais dúvidas.
O que constato é que o Povo Português é avesso a mudanças, não gosta de alterar o «status quo» por muito mau que ele seja. Adapta-se, desenrasca-se como é sua cultura.

Ou, como frequentemente acontece, vinga-se, abstendo-se, o que é um erro colossal, pois só reforça o poder dos partidos existentes.

O que se verifica é que o Povo Português é uma manta de retalhos, extremamente heterogéneo, desde os filiados e simpatizantes, até aos inconscientes e abstencionistas
Mas há uma camada, por vezes esquecida, mas influente, que se encontra fortemente ligada aos partidos, aos seus tentáculos locais e regionais, por pequenos interesses instalados e de que tira algum proveito, o que torna inviável qualquer ruptura.

O que se observa, na realidade, é que, em geral, o Povo Português não abandona os partidos tradicionais, sempre se manteve e, tudo indica, se manterá, fiel aos mesmos. Pelas razões atrás apontadas e porque não gosta de mudar, é avesso à mudança.
Prefere a paz, a tranquilidade, mesmo nas situações mais adversas. Aguenta e desenrasca-se, como é sua cultura. Só olha para si e trata da sua vida.

E já temos provas no passado, desta atitude, quando um novo partido surgiu, O PRD (Partido Renovador Democrático) patrocinado pelo Gen. Ramalho Eanes e que pretendia renovar o sistema político, face à governação desastrosa do Partido Socialista, nos anos 80 do século passado.

A convicção corrente de que o Povo Português está farto de partidos, tem de ser encarada com muita reserva.
Iniciativas recentes da sociedade, não tiveram eco no Povo Português, o que parece confirmar esta tendência para a inépcia e o deixa andar.
Muita gente não sabe, nem nunca soube, o que está a acontecer ao país. Apenas protesta porque a tesoura lhes está a cortar os proventos habituais. Mas não sabe porquê.
 
A questão é esta:
Se não temos Povo que, de forma activa, se mobilize em torne de projectos credíveis para mudar Portugal  e, em larga medida, não entende o que se está a passar, estamos perdidos e seremos todos cúmplices de continuarmos vítimas, cada vez mais reprimidas e exploradas pela ditadura partidária.

Se assim for, não nos poderemos, no futuro, queixar, e teremos aquilo que merecemos.

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