Sabe-se,
pela observação comportamental e pelos estudos da mente do Homem, que este
animal, segundo a classificação taxonómica, pertencente à classe dos Tetrapoda
Mammalia, Ordem dos Primatas, Família dos Hominídios e à espécie Homo Sapiens (
a única ainda sobrevivente do tipo Homo), que apresenta características instintivas,
natas, comuns a outros animais com classificação idêntica.
O Homem não é,
portanto, muito diferente dum cão, dum gato ou duma galinha, em termos de
comportamentos instintivos, nomeadamente a tendência para o egoísmo, o
açambarcamento e ganância, e a agressão ao seu semelhante, quando contrariado
nestas tendências natas.
Mas,
porque dotado de uma inteligência superior, consegue levar a extremos estas
características, potenciando a astúcia, a argúcia, a esperteza, a perfídia e
toda uma série de artimanhas, para conseguir, não apenas concretizar os seus
instintos animalescos mais primários, mas toda uma série de objectivos, muitas
vezes da maior perversidade.
Temos de admitir e
concluir que o Homem é um animal extremamente perigoso, mesmo o mais perigoso
da Evolução, não apenas para os da sua espécie, mas ainda para todas as outras espécies
e até o mais predador de todo o ecossistema.
Estes
factos contradizem aquilo que devia ser uma racionalidade, uma lógica positiva,
resultante da inteligência, ao serviço da sua comunidade e do seu semelhante.
E
assim, o Homem, com tais características de perigosidade, só consegue ser
controlado (e com dificuldade, pela comunidade) por meio de um conjunto de
regras coactivas, compulsivas, portanto, com caracter obrigatório, acompanhadas
de sanções e punições para quem as infringir, que podem ir até à pena de morte.
A pena de morte é, ela
própria, como sanção extrema que é, o melhor indicador de que o Homem é um
animal extremamente perigoso.
Deixado ao seu livre
arbítrio, este mamífero, da ordem dos primatas, é capaz de cometer as maiores
atrocidades.
E, mesmo extremamente
controlado por um conjunto complexo de regras, normas e leis e de graves
sanções no caso de infracção, este primata, consegue, muitas vezes, escapar ao
seu cumprimento.
Os
Tribunais atolados de processos, muitos do foro criminal, são a melhor prova
desta realidade.
As
perfídias e artimanhas que usa, para escapar à sanção, são também a prova de que,
este animal, quando detectado e apanhado nas suas actividades instintivas natas
potenciadas pela inteligência, estrebucha até à exaustão e muitas vezes
consegue mesmo iludir os seus vigilantes e consegue escapar, sob a protecção
das máfias colocadas ao seu serviço.
O Homem odeia,
portanto, sistemas de controlo, exactamente
por que o deixam agressivo ao contrariarem os seus instintos natos.
Outros
animais astutos e argutos, desta Família, nem sequer são detectados e agem como
se nada existisse para os controlar. Estes são duma esperteza a toda a prova.
Chegamos
assim, ao aspecto central desta reflexão.
Perante
estas características e tendências natas do Homem, comuns aos outros animais,
mas levadas ao extremo por aquele, é
lícito perguntar, se algum sistema político, económico, social e judicial, por
mais elaborado que seja, consegue funcionar de forma equilibrada, justa e com
um determinado grau de liberdade, de
forma a servir adequadamente uma comunidade humana.
As
sociedades, em geral, têm optado pelos modelos democráticos representativos do
tipo socialista ou social-democrata da chamada esquerda, com o objectivo de equilibrarem
a livre iniciativa com a necessidade de justiça social, através da
redistribuição do rendimento.
Criaram-se máfias operacionais,
que protegeram, protegem e continuam a dar cobertura aos detentores do poder e
da fortuna.
A própria democracia,
perdeu por completo o seu significado, foi ultrajada e adulterada.
Do Homo Sapiens
evoluiu-se para o Homo Astúcius.
A
livre iniciativa empreendedora, o grande
argumento e a grande panaceia em que se baseiam as economias de mercado, dando
largas à capacidade criadora e de imaginação do Homem para empreender, criar
riqueza e postos de trabalho, contribuir para o desenvolvimento comunitário, está
a transformar-se na livre iniciativa selvática, num salve-se quem poder, numa
exploração desenfreada do trabalho, quase escravatura.
É caso para perguntar,
perante características tão ignominiosas e selvagens do Homem, se ele é merecedor
da liberdade e do direito de livre iniciativa que as sociedades civilizadas
actuais lhe têm conferido.
E, perante os factos e
as evidências, agora alargados ao nível planetário, o Homem é merecedor de
viver em democracia e não será mais adequada a férrea ditadura para o pôr na
ordem e com isso salvaguardar os interesses mais básicos e de uma vida digna das
maiorias.
E assim sendo, que tal
um COMUNISMO A 100%? Talvez lhe fizesse
bem!
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