Pesadelo de
que Sócrates, também sob grandes pressões e quase empurrado pela crua realidade,
a olhar para o problema da natalidade, também pareceu acordar e meio
desorientado perante tal novidade, de que ele nunca se dera conta, nem lhe
passou tal coisa pela cabeça, avançou com qualquer coisa: as creches.
Creches que
também ninguém viu onde foram feitas, ou se alguma vez foram feitas.
Recuando
mais no tempo, Barroso também não se apercebeu de nada, o anterior, o homem dos
pântanos, da dificuldade em calcular 6% do PIB, da governação por telemóvel e
dos telemóveis aos pastores e das bengalas de chocolate prometidas aos idosos,
se votassem nele, ainda menos de lembrou disso.
Natalidade?
O que é isso? É alguma coisa digna de nos lembrarmos dela? Não, isso nem chega a ser um problema que merece que se fale nele.
O
politicamente correcto, apontava o caminho certo, não era preciso fazer mais
nada:
- Cada um
que faça o que quiser: aborte, que o Estado paga à clinica privada, seja «gay» e
«Lésbica» à vontade, que o Estado também paga as suas campanhas e exibições de
propaganda, nas avenidas e nas escolas, como a grande cultura pós-moderna e com
futuro, seja «Bi» e seja «Trans», à
vontade, vá à clina do Dr, ponha hoje as mamas que quiser e amanhã vai
trabalhar.
Foi esta a
cultura que a esquerda portuguesa,
incentivou no país. Natalidade, o que é isso? Isso não é problema que mereça
sequer ser falado.
Foi assim, durante
décadas.
As podres, amorfas e enviesadas, massas cinzentas e com
óculos de fundo de garrafa, desta gente a quem confiámos o poder, foi só nisto
que lhes deu para pensar, obedecendo cegamente ao dogma.
Cometeu-se,
impunemente, porque ninguém os responsabilizará, um dos maiores crimes de lesa
humanidade:
- A não
renovação da população de Portugal, em tempo útil.
Mais uma
vez, os ditadores que tomaram o poder neste martirizado país, há trinta anos,
há vinte anos, há dez anos, não deram ouvidos aos que insistentemente clamavam,
em alto e bom som, em tudo quanto é sítio, até os pequenos partidos, por uma
solução para o problema da natalidade, já que a taxa decrescia perigosamente,
ano após ano, revelando uma clara ameaça, para o futuro de todos nós.
Creio que já
acordámos tarde.
Os
desequilíbrios demográficos provocados, agravados com a séria situação
económica e social do país, com reflexos directos na diminuição da população
activa e na capacidade económica do país, agravados ainda com a nova vaga de
emigração e com o desemprego em massa, teve como consequência directa a
insustentabilidade dos sistemas de segurança social.
Como vai o
país garantir pensões aos actuais e futuros aposentados? Como vai o país garantir
a apoio social a quem precisa?
Como vai o
país crescer e desenvolver-se, com défice acentuado da sua população activa e
com a população idosa a aumentar?
E agora,
como vai o actual governo, fazer face às promessas que, hoje anunciou, para
apoiar a família que, a muito custo, empurrado, quase obrigado, perante a inevitabilidade
de um grave problema criado, já verdadeira emergência?
Como vão os
casais desempregados ou com emprego precário, decidir ter filhos, pelo menos
dois, num quadro de grave depressão económica e social do país e queda generalizada
dos rendimentos das famílias?
Mesmo, no
pressuposto, meramente teórico, de que os casais portugueses aderiam em massa a
esta iniciativa do governo, daqui a quanto anos essas crianças, que agora
teoricamente, vão começar a nascer, poderão inverter a situação actual, já de
si extremamente grave?. Pelo menos vinte anos.
E, os
governantes já pensaram no que vai acontecer neste lapso de tempo de 20 anos,
perante um rácio população jovem/ população idosa, que se vai provavelmente agravar cada vez mais?
São
perguntas sem resposta.
Há quem fale
em imigração. Mas a imigração, a esmagadora maioria não tem qualificação e
muitos vêm para cá apenas parasitar e viver no desemprego e na marginalidade.
O pais precisa
de jovens qualificados, cada vez mais qualificados, já que, para desgraça nossa,
e apesar de todo o facilitismo que Abril colocou no sistema de ensino, somos o
país da União Europeia, em que apenas 40% dos jovens em idade activa têm o
ensino secundário completo.
Receio bem, que o ponto de não
retorno já tenha sido atingido e de colonizadores de metade do mundo, passemos
a colonizados, no nosso pequeno reduto no espaço europeu, provavelmente por
espanhóis, alemães, franceses e, residualmente outros povos da Ásia e Américas.
Este deverá ser, com muita
probabilidade, o nosso futuro a longo
prazo.