sábado, 12 de dezembro de 2009

A Cimeira de Copenhaga - Desenvolvimento versus Sub-desenvolvimento

A Cimeira de Copenhaga está na ordem do dia.
Fundadas esperanças para os líderes mundiais se entenderem quanto à imperiosa necessidade de preservação deste astro chamado Terra e de todas as suas formas de vida.

O belo e ímpar astro deste pequeno sistema solar, berço da humanidade de todas as espécies conhecidas, está hoje seriamente ameaçado, mais do que nunca!
Não pelos cataclismos naturais que desde há milhões de anos o têm perturbado, mas pela acção predadora do Homem, desde a Revolução Industrial dos séculos XIX e XX, em particular nos últimos oitenta anos.

A civilização do «petróleo» ou do «homem sentado» ou aida da «cibernética» como lhe queiramos chamar, parece estar condenada a uma espécie de fatalismo.
O fatalismo imposto pelos donos do mundo, dos irracionais e igoístas interesses económicos, dos poderes políticos reféns desses interesses e duma interminável série de outros interesses, tendo o mesmo denominador comum: a irracionalidade, o egoísmo e os mesquinhos grandes interesses materiais.

Interesses, irracionalidades e egoísmos que passam no espaço de uma ou duas vidas, mas que estão já a por em causa a vida dos outros que hão-de vir ou que estão neste momento a começar a sua vida.
E são milhões e milhões!

As ténues esperanças de Copenhaga e a dificuldade de entendimento dos líderes mundiais, são a prova provada dessa irracionalidade.
Os sub-desenvolvidos querem ser promovidos a desenvolvidos e os desenvolvidos a super-desenvolvidos, numa espiral de competição desenfreada e de afirmação de poder económico e político, jamais vista, mas assente no mesmo pilar energético, o petróleo.

Este óleo combustível extraido das entranhas do belo e ímpar Astro, tem sido e continua a ser a fonte essencial e a base sustentável de todo o desenvolvimento. Basta queimá-lo e tudo se transforma!

Os automóveis andam, os autocarros também, as fábricas de tudo e mais alguma coisa igualmente e as centrais produtoras de electricidade transformam o óleo depois de queimado, na energia limpa que há muito se sabe, poder ser extraída directamente da natureza.

E estamos nisto há dois séculos sem grandes mudanças, a não ser as climáticas, já drásticamente alteradas pelos biliões e biliões de toneladas de gás carbono que todos os anos são lançados para a atmosfera, resultante da queima do sagrado óleo...!
Como se pode explicar esta irracional civilização do petróleo, que baseia o seu desenvolvimento, há mais de duzentos anos, na queima de um óleo que, pelos vistos é e continua a ser sagrado?

Como se explica que, em países como o Brasil e Angola, apenas para citar dois exemplos, os seus dirigentes tenham dado saltos de contentes quando souberam que novas e grandes jazidas do óleo escuro, foram descobertas nos seus territórios?
É simples a explicação!

É que, a partir daí estes países, tidos como emergentes, vão ter uma vida melhor, nada será como dantes como disse o Presidente brasileiro.
É que, a partir daqui, estes países vão conhecer um surto de desenvolvimento nunca visto, ou seja vão repetir aquilo que outros têm andado a fazer há quase dois séculos, ou seja a vender petróleo a outros, que vão por sua vez intensificar a queima do mesmo, entrando em contrapartida, muito dinheiro, e a continuar a queimar o seu próprio petróleo.

E o Astro belo e ideal a degradar-se cada vez mais, a extinção das espécies a continuar a acelerar-se e tudo em nome da competição desenvolvimentista entre os países que, não pretendendo alterar as suas fontes energéticas, que existem mais limpas, em abundância na natureza, continuam irracional e egoísticamente, a assentar as bases do seu desenvolvimento na queima deste poluidor óleo.

Até quando?

Esta cimeira de Copenhaga poderia da a resposta. Mas não vai dar.
Sairão quando muito uns ténues progressos que, na prática e no terreno, provavelmente não vão ser respeitados. A irracionalidade dos políticos e dos donos dos interesses, vai predominar.

A competição desenvolvimentista vai intensificar-se, irracionalmente assente na mesma fonte de energia, o petróleo e os sub-desenvolvidos a seguirem o mesmo caminho.

Seria caso para perguntar aos decisores de Copenhaga, porque, em vez de sugerirem aos países sub-desenvolvidos que reduzam as emissões do gás proveniente da queima, incentivá-los sim, a iniciarem, desde já, programas de desenvolvimento baseados em fontes energéticas limpas, com o apoio dos desenvolvidos?

Certamente não o irão fazer, pois não só não teriam a quem vender o precioso óleo combustível, em nome dos donos dos interesses, mas ainda porque ficariam ultrapassados em tecnologia, o que não lhes interessa tendo em conta a competição, pelo domínio económico, político e cultural do mundo.

Sem comentários:

Enviar um comentário