Perante o desvario comunista, a reacção dos militares moderados sobreviventes, liderados pelo então Ten. Coronel Ramalho Eanes e do seu operacional do Regimento de Comandos, Coronel Jaime Neves, com uma operação militar rápida e bem sucedida no dia 25 de Novembro de 1975, põe cobro ao desvario.
A partir daqui a revolução passa a ser conduzida pelos chamados moderados, mas ainda muito influenciada pelos radicais comunistas.
Este grupo de militares ficou conhecido como Grupo dos Nove.
Passa a ser permitida a existência de partidos políticos, desde que fossem todos de esquerda.
Os partidos de direita não eram tolerados. O CDS quando apareceu, e só por se identificar com o Centro, foi recebido a tiro, em vários pontos do país, pelos guardas vermelhos da revolução ( operários, camponeses, soldados e marinheiros).
Em 1975 é elaborada a Constituição do novo regime.
Com voto obrigatório e sob a coacção do terror da revolução, sobre a população, é eleita uma Assembleia Constituinte, cujos deputados que se identificavam na sua quase totalidade com a esquerda, votaram essa Constituição, que basicamente ainda é aquela com que nos regemos hoje.
Foi elaborada por ideólogos de esquerda, conotados com o partido comunista, socialista e forças extremistas da época, basicamente as que compõem hoje o Bloco de Esquerda.
Entrada em vigor da nova Constituição em 1976.
Pode ser aqui identificado o quarto grande erro da revolução de Abril:
Pelas graves consequências futuras que tal Constituição de génese Socialista/ Comunista, teve no desenvolvimento futuro do país e na reforma das suas estruturas e que, em grande parte é responsável pela situação de catástrofe em que hoje nos encontramos.
Sucedeu-se a época dos Governos Constitucionais, o primeiro liderado por Mário Soares.
Pouco experiente em matéria económica, assim como os seus ministros, nada se resolvia, o país continuava adiado, o despesismo público disparava e a economia a degradar-se cada vez mais.
Até que chegámos à bancarrota em 1977, com a primeira chamada do FMI para nos emprestarem o dinheiro e o ouro que deitámos fora.
É o quinto grande erro da revolução:
A falta de sensatez, a incompetência, a ausência de sentido do equilíbrio, o despesismo e o radicalismo ideológico conspirativo, conduziu o país à primeira bancarrota.
Sai de cena o Conselho da Revolução e consolida-se a afirmação dos partidos nas suas verdadeiras posições no espectro político português.
É a época do «Soarismo» e do «Socialismo Democrático», com a ascensão de Mário Soares ao poder, como primeiro- ministro.
Os Governos Constitucionais de Mário Soares, muito instáveis, com a austeridade do FMI, duram até 1978.
A partir 1978 e até 1983, continua a instabilidade governativa, com governos de curta duração e alternando os de iniciativa do Presidente da República da época (Gen Ramalho Eanes) e os resultantes de eleições, quase todos formados em coligação.
Mário Soares surge novamente como 1º Ministro em 1983, em coligação com o Partido Social-Democrata (uma rara excepção dada a rivalidade entre os dois partidos) e dura até 1985.
Nova bancarrota em 1983, resultante da instabilidade (era difícil o entendimento para formar governo) do despesismo, da estagnação da economia e da incompetência dos políticos.
Este período que termina em 1985 ainda se caracterizou por um certo radicalismo de esquerda resultante do paradigma revolucionário de 1974, o que explica a tendência do voto e a consequente dificuldade em formar governos estáveis.
A inoperância dos governos explica a bancarrota de 1983, nova vinda do FMI e mais um período de austeridade para os portugueses.
Encontramos aqui o sexto grande erro da revolução.
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