Em 2005, ascende ao poder o socialista José Sócrates, com maioria absoluta.
O novo governo toma posse em 12 de Março de 2005.
O Governo de José Sócrates que nos havia de conduzir à ruina.
O Primeiro-Ministro de mãos nos bolsos e visivelmente bem disposto
Do Programa ambicioso e eleitoralista, à bancarrota.
Em traços gerais, a governação de José Sócrates, pode caracterizar-se por:
* FALHANÇO DA ESTRATÉGIA DE CRESCIMENTO PARA UMA DÉCADA, COMO DEMAGOGICAMENTE PROMETEU;
* CORRECÇÃO DO DÉFICE ATÉ 2010 À CUSTA DA ASFIXIA FISCAL E DA DEGRACAÇÃO DO SISTEMA ECONÓMICO (PEC´S)
* A CRISE DE 2008 E O ABANAR DO FRÁGIL SISTEMA ECONÓMICO PORTUGUÊS
* O CASO BPN E O AGRAVAR DA CRISE
* SUBIDA SUBSTANCIAL DO DÉFICE POR DESCONTROLO DA DESPESA PÚBLICA
* OCULTAÇÃO DA SITUAÇÃO AO PAÍS, PERANTE A GRAVE EMERGÊNCIA ECONÓMICA E FINANCEIRA E A SUDIDA VERTIGINOSOSA DA DÍVIDA PÚBLICA E TOTAL, MANTIDAS EM NÍVEIS JÁ PRÓPRIOS DE BANCARROTA;
* SUBIDA PARA NÍVEIS INSUSTENTÁVEIS, DOS JUROS DA DÍVIDA SOBERANA E DESCIDA DO «RATING» DO PAÍS NAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS, DIFICULTANDO O FINANCIAMENTO DO PAÍS (Estado, Banca, Empresas) EM CONDIÇÕES ACEITÁVEIS;
* DEMORA E ADIAMENTO PROPOSITADOS, NO PEDIDO DE AJUDA EXTERNA, FAZENDO AGRAVAR SUBSTANCIALMENTE A SITUAÇÃO FINANCEIRA DO PAÍS;
* INVESTIMENTOS MISTOS (PÚBLICO E PRIVADO) DE BAIXA RENDIBILIDADE EM INFRAESTRUTURAS RODOVIÁRIAS ( algumas duplicadas, triplicadas e sobre custeadas ) PONTES, HOSPITAIS ETC., (ruinosas parcerias público-privadas) ENDIVIDANDO O PAÍS E AS GERAÇÕES FUTURAS DURANTE DÉCADAS;
* TOTAL AUSÊNCIA DE REFORMAS ESTRUTURAIS, INCLUINDO DO PRÓPRIO ESTADO; RADICALISMO EM RELAÇÃO À ALTERAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO, QUE PERMITISSE AS REFORMAS;
* EXTREMA PERMEABILIDADE NA REVISÃO DA CONSTITUIÇÃO, PARA SATISFAZER INTERESSES MESQUINHOS DE MINORIAS (Casamentos entre pessoas do mesmo sexo);
* O PLANO TECNOLÓGICO (execução incipiente)
* A DESBUROCRATIZAÇÃO E A SIMPLIFICAÇÃO (SIMPLEX introduziu algumas melhorias)
* DEMAGOGIA ELEITORALISTA, ESQUIZOFRENIA DESPESISTA E VISÃO DE CURTO PRAZO;
* TEIMOSIA EM INVESTIMENTOS MEGALÓMANOS (TGV, NOVO AEROPORTO), SEM HAVER CAPACIDADE FINANCEIRA DO PAÍS;
* LIDERANÇA AUTOCRÁTICA E CONSEQUENTE OPACIDADE E FALTA DE RECEPTIVIDADE AOS SINAIS DE ALERTA, QUE ESTAVAM A SER LANÇADOS DE VÁRIOS PONTOS DO PAÍS;
Este período, conhecido como do «socretismo», pode considerar-se, pelos gravíssimos danos, presente e futuros, que causou ao país e aos portugueses, como um dos períodos mais negros da história de Portugal recente ou remota.
Podemos identificar causas e contextos, que precipitaram a queda do país no abismo e as respectivas consequências.
FACTORES
* Rigidez salarial, baixa competitividade
* Quadro institucional e política económica, contrários à mobilidade e à concorrência
* Subida da despesa pública obrigando a subida dos impostos
* Elevado investimento público sem rentabilidade
* Deficiente regulação financeira e política monetária da zona euro dessincronizada com o ciclo económico
CONTEXTO
* Baixo nível de capital humano
* Elevado desemprego
* Elevado peso do Estado e sector público
* Diminuição do investimento privado
* Elevados níveis de liquidez (artificial)
EFEITOS INTERMÉDIOS
* Perda de competitividade
* Baixa produtividade
* Queda do investimento privado
* Aumento da despesa pública e consequente subida da carga fiscal
* Forte expansão do crédito (iludindo um falso riquismo, que não tínhamos capacidade para manter)
CONSEQUÊNCIAS
* Défice da balança corrente (grande desequilíbrio entre importações e exportações, baixo crescimento do rendimento, aumento do desemprego)
* Elevado peso da produção industrial tradicional de baixa produtividade (baixo nível de inovação, queda do PIB)
* Redução de incentivos ao investimento e trabalho (baixa produtividade)
* Forte endividamento das famílias e empresas (queda do crescimento e da procura interna)
* Subida do défice e da dívida pública e total para níveis incomportáveis
* Bancarrota oficialmente declarada em 2011, embora o país já estivesse nessa situação em 2009/2010.
O início do mandato de Sócrates começa mal, com a demissão do Ministro das Finanças Campos e Cunha, quando este se apercebeu das características de personalidade do seu 1º Ministro.
De facto, rapidamente percebeu de quem dita as ordens e a partir daí nunca poderia fazer nada de jeito.
Sucede-lhe Teixeira dos Santos um académico seu amigo, da Universidade do Porto.
Do primeiro mandato de José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, de seu nome completo, que decorreu de 2005 a 2009, porque estava completamente à vontade com maioria absoluta, ressalta a autocracia própria de um ditador, permitindo e incentivando a criação de toda a espécie de órgãos públicos (Institutos, Fundações, Empresas Públicas Municipais etc.) que abriu caminho à colocação generalizada dos tão falados «boys» e «girls» amigos ou com cartão do partido.
É a época dos tachos dourados, do oportunismo, das mordomias, do exacerbar dos direitos adquiridos pelos funcionários públicos, prometidos na demagogia eleitoral da caça ao voto e muitos atribuídos, sem sustentabilidade financeira.
Sócrates deu continuidade ao seu antecessor da mesma cor política (António Guterres) a um ciclo despesista sem precedentes.
Sócrates, só às suas ordens, tinha mais de vinte motoristas e mais de cem assessores.
Dava-se ao luxo de se vestir numa das lojas mais caras de Nova York, os célebres fatos e camisas da alta costura americana.
Os seus Mercedes oficiais eram todos topo de gama e trocava de carro como quem troca de camisa.
Um verdadeiro Lord.
Para se fazer uma ideia do luxo e extravagância em que os agentes públicos de topo, verdadeiros nobres e fidalgos, viviam e ainda vivem porque muitos ainda estão em funções, basta dizer que muitos dispunham e dispõem de viaturas semelhantes e ordenados principescos.
Em contraste com o luxo e extravagância, o exibicionismo dos políticos socialistas e as mordomias praticadas no sector público, o reverso da medalha, já nesta altura bastante visível:
- Parte da população portuguesa (cerca de 20%) na situação de pobreza ou no limiar da pobreza e muitos milhares de concidadãos a recorrerem dramaticamente às sopas das misericórdias, às instituições de caridade e aos restos de comida dos restaurantes, para sobreviverem.
Perante este cenário, verdadeiro atentado aos direitos mais básicos da pessoa humana, a apresentação pública de Sócrates sorridente, sempre bem disposto, a prometer o paraíso à população.
Durante o seu reinado, ocorreram escândalos de corrupção (licenciamento do FreePort em Acochete, FaceOculta, com escutas destruídas e folhas dos processos recortadas, ocultando factos inconvenientes) em que o 1º Ministro se vê envolvido, mas nada provado.
A criminalidade organizada dispara, assaltando, roubando, assassinando cidadãos inocentes, aproveitando-se das leis anárquicas que transformaram os criminosos em vítimas e as vítimas em criminosos. Aos portugueses é negada arma de defesa e só em casos muitos excepcionais se pode entrar num armeiro.
Em contrapartida o crime organizado e não só, dispõe de todas as espécies de armas, algumas do melhor que há, no mercado negro, que prolifera por todos os lados e ninguém sabe de nada.
A Justiça paralisa e pouco ou nada faz.
O inquilino transforma-se em senhorio, não paga renda e obriga o proprietário a pagar os impostos e as obras de reparação. As leis anárquicas do regime protegem-no, não há nada a fazer, a não ser ter muita paciência.
Após um duro programa de austeridade de 2005 a 2007, imposto por Teixeira dos Santos, por pressão da União Europeia no sentido da convergência do défice orçamental para níveis abaixo de 3% do PIB, chega-se ao final deste período com um défice de apenas 2,2%.
Este enorme esforço feito pelas empresas e pelos cidadãos custou caro ao país, com queda do PIB, da Procura Interna (Consumo) da Procura Externa (Exportações), perda da competitividade das empresas, degradação do sistema económico e falências de empresas aos milhares.
As famílias começam a sentir os primeiros efeitos da austeridade e do sobreendividamento, incentivado pelo sistema bancário (Boombust) no período guterrista.
O país apanhado em cheio pela crise financeira internacional de 2008, abana perigosamente as suas estruturas e só não se desmorona devido às reservas acumuladas durante o período de austeridade imposto por Teixeira dos Santos.
Mas, o enorme buraco descoberto no Banco Português de Negócios (BPN) baralha as cartas ao Ministro das Finanças que, perante as graves irregularidades lá cometidas, decide nacionalizar o Banco para evitar a sua falência e o despedimento de milhares de trabalhadores.
Passou assim para responsabilidade do Estado, um prejuízo avaliado em mais de 2.000 milhões de euros.
O desequilíbrio provocado no sistema financeiro internacional, pela existência de «activos tóxicos» (praticamente sem valor) detidos pelos Bancos afecta, embora limitadamente a banca portuguesa.
O Ministro das Finanças, para garantir a liquidez daqueles, decide criar um Fundo de Garantia de cerca de 20.000 milhões de euros para serem utilizados em caso e necessidade onerando ainda mais as finanças públicas.
A crise social em Portugal, induzida pela crise internacional de 2008, obriga o governo a criar um fundo de emergência para apoiar as populações mais desfavorecidas.
Paralelamente e inexplicavelmente o governo decide aumentar os vencimentos dos funcionários públicos em 3,8%, utilizando as receitas resultantes da austeridade a que foram obrigadas as empresas e as famílias.
Este conjunto de factores, volta a agravar substancialmente a défice orçamental que dispara novamente para níveis incomportáveis, obrigado a novas medidas de austeridade e à entrada no ciclo imparável dos Programas de Estabilidade e Crescimento, vulgarmente conhecidos pelos PEC´s.