quarta-feira, 25 de abril de 2012

GRÂNDOLA VILA MORENA...


Hoje, 25 de Abril de 2012, passou mais um aniversário de uma revolução.

Foi a Revolução Portuguesa de 1974

Revolução que, como muitas outras, pretendeu romper com um estado social, político, económico e cultural, considerado ultrapassado e por isso com premente necessidade de substituição.

Como em todas as revoluções, o novo estado social que veio substituir o anterior, pretendeu-se que fosse melhor, de contrário não compensaria os custos de uma revolução.

Mas, os custos da revolução de 1974, foram enormes:

- Desde a destruição do sistema económico inicial e da desastrosa descolonização, passando por três bancarrotas, até à actual situação do país. 

O novo estado social pretendeu romper radicalmente com o anterior, como se nada deste se aproveitasse. E por isso o país teve de suportar custos, de que ainda hoje, trinta e oito anos depois, estamos a tentar curar as sequelas.

E os custos foram tanto mais pesados quanto o modelo de arquitectura da nova sociedade se afastou do equilíbrio e se pautou pelo radicalismo,  pela utopia, pelos extremos.

O modelo escolhido e formatado por uma Constituição saída de uma Assembleia Constituinte, eleita por um voto obrigatório e coactivo de um terrível ambiente revolucionário foi, inicialmente, inspirado nos modelos socialistas totalitários da Europa de leste, de capitalismo de Estado ou das democracias populares.

Fidel Castro foi consultado e aconselhou os revolucionários portugueses.

Para o destino dos  reaccionários, fascistas e contra-revolucionários, chavões, porque vazios de significado, apenas pretenderam intimidar os incrédulos e eliminar os adversários políticos, o Campo Pequeno era o mais indicado. A mão de alguém, fez travar o processo e evitar o pior.

Perante as ameaças externas, a revolução arrepiou caminho e inflectiu depois para um modelo socialista moderado, dito democrático. O chamado socialismo soarista.

Este modelo, tentando contornar os problemas do totalitarismo, serviu-se da economia privada e dos cidadãos, para criar um Estado gigantesco que, segundo os seus mentores, ofereceria o paraíso a todos os cidadãos  (o chamado estado social):

- Saúde e educação gratuitos, habitação social para todos, toda a espécie de direitos económicos, sociais e culturais, cumprindo-se à risca a letra da Constituição.

Foi o modelo do DÁ e TIRA. Dá-se com uma mão e tira-se com a outra. Uma espécie de Comunismo Indirecto.

O modelo, no domínio dos direitos, liberdades e garantias também caiu nos extremos, perdendo-se o sentido do equilíbrio, originando oportunismo e desigualdades gritantes.

A dinamização cultural nos campos, nas fábricas, nas escolas, nos sindicatos, alimentou a utopia e o Povo acreditou. Mais uma vez acreditou.

E votou e consagrou!

A cobaia portuguesa experimentou a receita, a habilidade dos políticos condimentou-a e o Povo, embriagado, mais uma vez gostou. E repetiu a dose!

Não deu por nada!

Não se apercebeu da sinistra  e sinuosa curva decrescente da nossa economia e que o sonho do paraíso prometido à sombra de cujas palmeiras dormia ou repousava, saboreando a receita, era alimentado pelo dinheiro dos «mercados» agiotas, que nos era emprestado.

Até que um dia, acordou!

Acordou no meio de um pesadelo.
O pesadelo da Revolução dos Cravos, das Foices, dos Martelos, dos Fitipaldis dos Chaimites:

- Economia de rastos, falências em massa, desemprego generalizado, precaridade, pobreza, miséria.

- Depressão,  casinha dos pais para a juventude, sem direito a constituir família, sem futuro, sem nada. Refém do sistema. Emigração a única saída.

- Títulos académicos fabricados para compor as estatísticas da OCDE, mas que não servem para nada. Um orgulho nacional.

- Igualdade e nivelamento por baixo. Somos todos iguais.

- O crime compensa. O orgulho da justiça portuguesa.

- País a saque.

- Riqueza? Muita, mas só de alguns. Os do sistema, estatais e paraestatais, os dos salve-se quem puder, os chicos espertos, os saqueadores. Estes safaram-se e bem.

Culpados? Não há!

Uns fugiram, outros andam por cá, encobertos pela capa da imunidade e insistindo na utopia, na cassete e na já apodrecida demagogia.

Mas insistem. Insistem enquanto houver mel no tacho e o fundo já roto, ainda se poder lamber.

Até se romper de vez…

Mas, não havendo culpados, há bodes expiatórios!

São estes, os da direita, os fascistas e os reaccionários (à revolução) que o Povo elegeu. Aqueles que deviam ter ido parar ao campo Pequeno, na época, mas que agora estão a levar com todas as foices e martelos em cima, por terem ousado virar a página para nos fazer sair do lamaçal e por isso desafiar a tutela da revolução.

É a democracia tutelada, pelos donos da revolução, militares do MFA (agora Associação 25 de Abril) e civis dos polvos cor de rosa e vermelhos que, julgando-se mais iluminados que os deuses, atestam sempre um certificado de incapacidade e insanidade mental ao Povo Português, sempre que este, por ignorância cultural e minudência mental, na opinião deles, ousa não carimbar o socialismo que eles apregoam e que nos conduziu à desgraça.

O sonho de Abril transformou-se no maior pesadelo da história portuguesa dos últimos cento sessenta anos.

NÓS, POVO PORTUGUÊS, TEMOS RAZÕES PARA COMEMORAR ESTA DATA? NÃO!

SÓ ELES O TÊM, NÓS NÃO!

Eles sim porque, hoje, na Assembleia da República de cravo vermelho na lapela, foram os grandes beneficiados pelo sistema que criaram e com o qual frustraram as justas expectativas do Povo Português.

Aprendamos a lição!




O GRÁFICO DO SOCIALISMO
- Linha descendente azul: queda da riqueza produzida (empobrecimento)
                         - Linhas vermelha, verde e roxa  (o despesismo do Estado, o endivi-
                           damento do Estado e o endividamento total do país, dívida soberana)
                            
                         NB: a linha decrescente da riqueza (empobrecimento), contrasta com
                              a subida galopante do despesismo do Estado, do endividamento do
                              Estado e do endividamento total do país.
                            A linha azul descendente, ao aproximar-se do zero em 2010 e situando-
                              se abaixo dele a partir de 2011, provocou a bancarrota, pela ruptura do
                              modelo.







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