domingo, 28 de setembro de 2014

A AMBIGUIDADE DA DEMOCRACIA

 
 
 
 
Não acredito nesta democracia.
Não acredito numa democracia em que os pretensos representantes da população não são escolhidos por esta, mas pelas lideranças partidárias.
Logo, uma democracia manipulada.

Mas, manipulada também, porque a população só é chamada a votar em partidos, esses que manipulam a democracia, apenas de quatro em quatro anos. Neste lapso de tempo, é esquecida e ignorada ou, se o não é, será apenas para ser castigada.

Não acredito numa democracia em que o voto, somente de quatro em quatro anos, é comprado. Comprado com falsidades e mentiras, vendido por um povo crédulo, muito dele já formatado mental e ideologicamente, por esses mesmos partidos.

Não acredito numa democracia em que, vendido e comprado o voto, serve apenas para legitimar um poder autocrático e corrupto, que age como uma ditadura, ditando as suas regras implacáveis sobre o povo que o elegeu, ignorando completamente o valor do voto.

Numa democracia que apenas serve para legitimar ditadores oportunistas, agindo sob a falsa capa da democracia.

Numa democracia limitada a uma ideologia de esquerda, em que os ditadores eleitos, com a conivência mediática oportunista do momento, que vira conforme o vento, silenciam a liberdade de expressão e pensamento, rotulando quem de expressa e pensa de forma diferente, de populistas e protofascistas, as expressões mais modernas e actualizadas do fascismo e da reacção.

Numa democracia em que os ditadores eleitos, coniventes com o grande poder económico e seguindo o modelo constitucional do gigantismo do Estado, para favorecer milhares de agentes ligados aos partidos, sob várias formas, criaram uma oligarquia de poderes, político, económico e estatal, que explorou e continua a explorar, milhões de portugueses indefesos, reduzidos à condição de um muito baixo nível de bem estar social.

Numa democracia em que essa enorme redução de bem estar social, quando comparada com outros países europeus, foi incentivada para permitir uma excessiva concentração de riqueza nas mãos de minorias sociais e com grande contributo da globalização, favorecida pelo poder instalado, não salvaguardando minimamente o interesse nacional.

Em suma, numa democracia em que a realidade é falácia e a demagogia realidade e em que o próprio conceito de democracia é ambíguo, falso e enganador.
Numa democracia em que o voto vale zero e, por isso, em que já muitos concidadãos põem em dúvida se vale a pena votar.

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