É um facto que a nossa democracia está em crise.
Quase meio século depois de implantada a III República, é uma
evidência, que a nossa democracia não funciona, ou funciona mal.
E não funciona pelos vícios de manipulação de que enferma, não
funciona porque se transformou numa oligarquia partidária, dominada quase
exclusivamente pela esquerda, não funciona pelo aproveitamento corporativista
do sistema partidário e não funciona adequadamente ainda pelas vicissitudes e
erros do modelo de desenvolvimento seguido e orientado por um enquadramento
constitucional irrealista e hoje, completamente desajustado.
Décadas depois de implantado o regime abrilista, Portugal
encontra-se estagnado com crescimentos anémicos, impedindo um desenvolvimento
sustentável.
E não é por falta de recursos, que os há, em quantidade e
qualidade suficientes, internos e externos, para a dimensão demográfica e geográfica
do nosso país.
Portugal tem recursos, tem condições, para ser um país próspero e
desenvolvido, mesmo sob tutela da União Europeia.
O que falta a Portugal é realismo, mais metodologia e menos
ideologia, mais pragmatismo e menos utopia, menos burrice e mais inteligência,
mais participação dos cidadãos independentes de reconhecido mérito e
competência e menos nomeações partidárias por critérios quase exclusivamente
políticos ou baseados no clube de amigos ou dos interesses instalados.
O que falta a Portugal é menos oportunismo, menos carreirismo
político e mais verdadeiro serviço ao país e aos portugueses.
O que falta a Portugal é um sistema de justiça que funcione e um
enquadramento legal estável que dê previsibilidade aos agentes económicos e aos
cidadãos em geral.
O que falta ainda a Portugal é um eleitorado esclarecido, com
cultura suficiente para avaliar o que é bom do que é mau, do que funcionou bem
ou funcionou mal, do que interessa ou não interessa, não a cada um de nós
individualmente, mas a todo o país, pois deste modo todos sairemos
beneficiados.
Vencer a barreira da abstenção, praticamente metade do eleitorado,
está fora do sistema, não vota e, paradoxalmente, os partidos do sistema, não
se preocupam com isso, pois sabem que sairão beneficiados.
Vencer a barreira da abstenção é procurar saber porque as pessoas
não votam, é ESTUDAR POR AMOSTRAGEM ESSE ELEITORADO e concluir sobre as suas
razões.
Este trabalho é absolutamente crucial, SE QUISERMOS MELHORAR A
NOSSA DEMOCRACIA, afastando a influência nefasta dos partidos radicais, sem
expressão que justifique a sua intervenção na vida política.
E, naturalmente, o enquadramento institucional que estimule e
favoreça o crescimento e desenvolvimento do país, que o mesmo é dizer, a
Reforma do REGIME.
Reunidos estes pressupostos básicos, há muitos outros, sem dúvida,
é preciso encontrar a fórmula que melhor satisfaça o interesse nacional.
Fórmula equilibrada, que permita ao mesmo tempo, a implementação de
políticas sociais realistas e crescimento económico e desenvolvimento.
Como em democracia tudo depende de um voto, tudo está dependente
deste e, nesta perspectiva, é fundamental um esclarecimento adequado do
eleitorado (o que vota e o estudo do que não vota), para ajustar as necessários
estratégias de marketing político.
É imperioso que os partidos da área democrática façam esse
esforço, pois, parece que está a ser menosprezado, por opção ou por
tacticismo partidário, prejudicando a
democracia, enviesando os resultados eleitorais e abrindo caminho ao radicalismo.
Se com este esforço, o sentido de voto se alterar para o lado das
forças democráticas, fica facilitado o caminho para, não apenas, a reforma do
regime, mas a implementação de uma verdadeira DEMOCRACIA SOCIAL PARTICIPATIVA
AO CENTRO, gerindo as políticas e o modelo de desenvolvimento, com
flexibilidade, segundo as necessidades do país.
Com este esfoço, os partidos democráticos, poderão aumentar a sua dimensão
e influência e facilitar o tão necessário ACORDO DE REGIME, que permita implementar
as REFORMAS DE FUNDO, de que tanto o país precisa para se desenvolver.
"Vencer a barreira da abstenção, praticamente metade do eleitorado, está fora do sistema, não vota e, paradoxalmente, os partidos do sistema, não se preocupam com isso, pois sabem que sairão beneficiados.
ResponderEliminarVencer a barreira da abstenção é procurar saber porque as pessoas não votam, é ESTUDAR POR AMOSTRAGEM ESSE ELEITORADO e concluir sobre as suas razões.
Este trabalho é absolutamente crucial, SE QUISERMOS MELHORAR A NOSSA DEMOCRACIA, afastando a influência nefasta dos partidos radicais, sem expressão que justifique a sua intervenção na vida política."---------------------------------------Essa realidade(a abstenção massiva e o radicalismo esquerdista)convém precisamente a quem cinicamente ocupa o poder político(como o demonstram o resultado das últimas eleições).No entanto é preciso dizer que os partidos(supostamente)à direita são parte do problema(falo do problema de fundo,do próprio regime/sistema político)e não da solução completa(daí boa parte dos eleitores não se identificarem com nenhum partido e se absterem/votarem nulo)