Embora
não haja modelos perfeitos, o Novo Modelo e o Novo Sistema, têm de partir do
pressuposto de que não podem enfermar das imperfeições e vicissitudes do
anterior, ou pelo menos deverão minimizá-las.
O
actual sistema, como já apontei muitas vezes, está longe de um equilíbrio aceitável,
é facilmente manipulável e não é eficaz na tomada de decisões.
O
processo de tomada de decisão com o sistema vigente, é tão complexo que as
decisões finais, que serão transformadas em leis, por terem de ser concertadas
com tudo e com todos, acabam por ser imperfeitas e não se ajustarem ao país
real.
Na
prática acabam por se traduzir em ineficiência, ineficácia, manipulação
política e imperfeição.
Podem
ser o reflexo de uma conciliação entre os diversos interesses, mas não garantem
que sejam as melhores para o país.
Este
procedimento é feito em nome de um método dito democrático, quase diria de
fundamentalismo democrático, levado à exaustão.
E,
a questão que se coloca desde já, é determinar e decidir entre duas proposições
e qual delas é a melhor para o país:
●
Se, em obediência a um conceito de democracia, que é imperfeito e
principalmente manipulável, levado à exaustão, resultam boas e eficazes decisões
e portanto as melhores para o país; ou,
●
Por um processo que, mantendo uma base democrática concebida em moldes
diferentes, se pauta pela simplicidade, pela qualidade técnica, pela rapidez,
pela eficácia e pela legitimidade directa dos poderes legislativo e executivo
que resultarem daquela nova base.
A resposta a estas
duas questões tem de ser encontrada, analisando efectivamente qual delas melhor
defende os interesses do país e não sejam o reflexo de interesses corporativos,
político-partidários ou ideológicos, muitas vezes minoritários.
Partindo
do pressuposto de que, quanto mais pesado e complexo for o sistema criado, pior
será, dada a dificuldade em tomar decisões e propiciar às estranhas alianças
entre facções, partindo destas restrições de partida, o sistema a criar terá de
ser simultaneamente simples, com poucos elementos, mas que, ao mesmo tempo tenha
características democráticas e possa ser eficazmente controlado.
O
novo sistema tem de partir igualmente de dois pressupostos de base, fundamentais:
●
O papel das ideologias tem de ser limitado e substituído pelo papel das
metodologias, as que melhor sirvam os
interesses do país e da população.
●
Os conceitos, já velhos e ultrapassados e com cargas ideológicas
enviesadas, de «esquerda» e «direita»,
têm de dar lugar aos conceitos de «económico», «social», «cultural», «científico» e «tecnológico», os dois
primeiros têm de se manter equilibrados e os três últimos desenvolvidos, pelo Novo
Modelo.
Para
além dos requisitos gerais já apontados na Parte III desta série de artigos.
Estando
reunidas as condições de base anteriormente definidas, é possível começar a
delinear as peças-chave deste Novo Sistema e Modelo de Desenvolvimento.
Uma
hipótese de partida, de definição dos elementos-base da estrutura da nova arquitectura
da sociedade, poderia ser esta:
●
CONSTITUIÇÃO E ORGANIZAÇÃO POLÍTICA: estrutura, características e funções
●
ESTADO: estrutura, dimensão e papel a desempenhar na sociedade
●
ORGANIZAÇÃO JUDICIAL: estrutura, características e funções
●
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA: estrutura, características e funções
●
ORGANIZAÇÃO ECONÓMICA : ECONOMIA PRIVADA ((EPR), ECONOMIA PRIVADA SOCIAL (EPS),
ECONOMIA PÚBLICA (EP)
●
NOVA CONCEPÇÃO DO ESTADO SOCIAL: estrutura, características e funções
●
NOVA ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA BANCÁRIO E DAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO
A
partir deste elementos-base, poder-se-á construir um Novo Sistema com base democrática
inovadora, mais representativo, mais equilibrado nos poderes, mais rápido e mais
eficaz na tomada de decisões.
E
naturalmente, um Novo Paradigma e um Novo Modelo de Desenvolvimento.
Para
cada elemento-base do Novo Sistema, há que definir igualmente as restrições e os
pressupostos de partida, que optimizem a função-objectivo que, no caso em
questão facilite o crescimento económico, o desenvolvimento global da sociedade,
que os cidadãos subam na escala social e atinjam patamares de bem-estar e
desafogo económico, em função do seu
esforço e empenho, que corrija as enormes desigualdades sociais e que garanta a
protecção social para todos.