Após grandes pressões, de todos os quadrantes da sociedade
portuguesa, o governo finalmente, acorda
para a grande realidade, há décadas esperada, mas nunca realizada:
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A REESTRUTURAÇÃO E REFORMA DO ESTADO
Era
aquilo que todos nós, ainda antes das eleições de 05 de Junho de 2011, o
potencial governo da esperança e das grandes reformas, já supostamente formado na sombra e já com um
plano preparado e estudado para executar, desde o primeiro dia após a tomada de
posse, esta reforma estrutural de capital importância, para que o garrote da
forca, que todos temos em volta do pescoço, fosse aliviado e começássemos a respirar
um pouco do ar fresco da libertação.
Mas não!
Essa reforma essencial, essa grande força libertadora da sociedade
foi, como sempre, ignorada e a opção tomada pelo governo foi, também como
sempre, apertar ainda mais o garrote.
Perante o descalabro gerado com essa atitude, atirando para o
desemprego, para a pobreza e para a fome, milhões de portugueses, perante a
contestação geral, já com foros de violência nas ruas, o governo finalmente
acorda.
Ninguém
o sabe, mas deve ter sido o FMI, que o obrigou a acordar, por hoje ter chegado a
Portugal com essa intenção: «ajudar» (obrigar) o governo português a fazer a reestruturação
do Estado.
O
tabu da «refundação».
Mais uma vez, vai ser por pressão exterior, vai ser por obrigação
exterior, vai ser numa situação vexatória para o país, que o seu governo irá ser
obrigado a fazer o óbvio.
Porque
o óbvio, em Portugal, é uma «batata». Sempre foi!
Muito acima do óbvio, do crucial e do essencial para a nossa
sobrevivência e para o nosso desenvolvimento, está a ideologia e o radicalismo, a
sagrada e idolatrada Constituição, estão os lóbis e os interesses instalados,
estão os interesses mesquinhos das minorias, para quem a Constituição é ouro, em
suma, está tudo o que possa bloquear o óbvio.
Iremos
assistir ao desenrolar do processo, a como vão reagir os parciais
constitucionalistas, os lóbis autárquicos, os lóbis sindicais, os lóbis
económicos, os lóbis políticos, os lóbis ideológicos e a toda a cáfila que tem
formado a oligarquia ditatorial, que manda no país e age arbitrariamente
contra o seu Povo.
Uma
luz ao fundo do túnel parece ter-se acendido, a lanterna foi trazida de fora,
infelizmente pelos nossos detractores que
nos têm rapado a pele, talvez para salvar, não a nossa, mas a sua própria pele.
Uma esperança renasce para todos nós. Mas é apenas um passo, de
crucial importância, sem dúvida, mas apenas um passo e vai ser longo e
complexo.
Outros passos terão de ser dados para, após o aliviar do garrote e
respirarmos um pouco de ar fresco da verdadeira liberdade, começarmos a pensar,
com discernimento, com inteligência, com esperança, na arquitectura do nova sociedade
que todos desejamos, que todos merecemos e a que todos temos direito.
Mas,
temos ainda pelo meio um longo caminho, cheio de obstáculos, armadilhas e adamastores
que nos irão assombrar, o problema da dívida, do custo da dívida (o ministério
sombra que custa sete biliões por ano a todos nós), o inferno das PPP´s a
partir de 2014, das Rendas energéticas e
todas as outras reformas estruturais que ainda terão de ser feitas, incluindo a
reforma do sistema politico e da Constituição.
Esperemos
que esta janela de esperança não seja frustrada e que a montanha não venha a
parir um rato.
Seria
trágico!
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