quinta-feira, 28 de março de 2013

PANTOMÍMIA: O REGRESSO DO QUERIDO LÍDER




Temido por uns, odiado por outros, idolatrado por discípulos seus fiéis seguidores, apoiado pelos clubistas socialistas do costume, o ditador da rosa voltou à Pátria, após dois anos de exílio.

Porque foi para Paris estudar filosofia política, quando cursos de política e de filosofia não faltam em Portugal, não nos interessa. É um problema da sua vida pessoal e privada.

Voltou, para se defender das graves acusações de que tem sido alvo, disse, e para se redimir dos seus pecados. Que são muitos e que custaram ao país prejuízos incalculáveis.

Prejuízos que os seus herdeiros agravaram, é certo, porque não estiveram à altura das circunstâncias.

Mal do país!

As desculpas do descalabro, as do costume: a crise internacional e os outros. A culpa nunca é nossa. Desculpas aos portugueses, isso, também não!

Esta estratégia não é nova, todos os políticos a utilizam e utilizaram no passado, quando as coisas dão para o torto.

E quando as coisas dão para o torto e cada vez mais para ao torto, redimidas com as desculpas do costume, há sempre os abutres que regressam e voltam a pairar sobre a carcaça já esquelética da sua vítima, julgando ainda depenicar alguma coisa. E ainda conseguem, até mais nada restar.

Nada de novo no jardim atlântico!

A cena repete-se. Foi sempre assim, nesta sinistra alternância rosa-laranja, com tons de azul.

Os mesmos actos, os mesmos gestos, as mesmas desculpas, com pequenas variantes. Muitas vezes os mesmos actores ou seus sucedâneos.

O país agoniza e afunda-se no meio desta pantomimia.

É o regime saído da revolução de 1974.

Com o mesmo rumo, os mesmos modelos, os mesmos protagonistas, a mesma obstinação ideológica, o mesmo clubismo partidário, qual Benfica-Sporting da política.

Águia é águia, leão é leão, sempre! Aconteça o que acontecer, torceremos sempre pelo nosso clube!

Portugal transformou-se num estado de negação!

Nada de novo acontece de significativo.
 
Os actores da pantomimia nem sequer aprenderam, nem aprendem com os erros do passado. A sua ambição e cegueira ideológicas estão acima de tudo e impede-os de fazer, seja o que for, para mudar o modelo de desenvolvimento deste país, comprovadamente errado, injusto e extremamente desigual.

O regresso do líder querido dos seus servos e discípulos, quais companheiros de Baal, foi festejado com espumante do melhor.

D. Sebastião finalmente apareceu, não numa manhã de nevoeiro como se acreditava, mas numa noite chuvosa e tenebrosa, para salvar a Pátria!

Sem comentários:

Enviar um comentário