Temido
por uns, odiado por outros, idolatrado por discípulos seus fiéis seguidores, apoiado
pelos clubistas socialistas do costume, o ditador da rosa voltou à Pátria, após
dois anos de exílio.
Porque
foi para Paris estudar filosofia política, quando cursos de política e de
filosofia não faltam em Portugal, não nos interessa. É um problema da sua vida
pessoal e privada.
Voltou,
para se defender das graves acusações de que tem sido alvo, disse, e para se
redimir dos seus pecados. Que são muitos e que custaram ao país prejuízos
incalculáveis.
Prejuízos
que os seus herdeiros agravaram, é certo, porque não estiveram à altura das
circunstâncias.
Mal
do país!
As
desculpas do descalabro, as do costume: a crise internacional e os outros. A
culpa nunca é nossa. Desculpas aos portugueses, isso, também não!
Esta
estratégia não é nova, todos os políticos a utilizam e utilizaram no passado, quando
as coisas dão para o torto.
E
quando as coisas dão para o torto e cada vez mais para ao torto, redimidas com
as desculpas do costume, há sempre os abutres que regressam e voltam a pairar
sobre a carcaça já esquelética da sua vítima, julgando ainda depenicar alguma
coisa. E ainda conseguem, até mais nada restar.
Nada
de novo no jardim atlântico!
A
cena repete-se. Foi sempre assim, nesta sinistra alternância rosa-laranja, com
tons de azul.
Os
mesmos actos, os mesmos gestos, as mesmas desculpas, com pequenas variantes.
Muitas vezes os mesmos actores ou seus sucedâneos.
O
país agoniza e afunda-se no meio desta pantomimia.
É
o regime saído da revolução de 1974.
Com
o mesmo rumo, os mesmos modelos, os mesmos protagonistas, a mesma obstinação
ideológica, o mesmo clubismo partidário, qual Benfica-Sporting da política.
Águia
é águia, leão é leão, sempre! Aconteça o que acontecer, torceremos sempre pelo
nosso clube!
Portugal
transformou-se num estado de negação!
Nada
de novo acontece de significativo.
Os
actores da pantomimia nem sequer aprenderam, nem aprendem com os erros do
passado. A sua ambição e cegueira ideológicas estão acima de tudo e impede-os
de fazer, seja o que for, para mudar o modelo de desenvolvimento deste país, comprovadamente
errado, injusto e extremamente desigual.
O
regresso do líder querido dos seus servos e discípulos, quais companheiros de
Baal, foi festejado com espumante do melhor.
D.
Sebastião finalmente apareceu, não numa manhã de nevoeiro como se acreditava,
mas numa noite chuvosa e tenebrosa, para salvar a Pátria!
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