Alguém definiu hoje, em
comentário televisivo, a Constituição, comparável a um Mapa de Estradas
desactualizado.
E quem, por desconhecimento, por ele seguir, perde-se e vai desembocar no abismo.
E quem, por desconhecimento, por ele seguir, perde-se e vai desembocar no abismo.
A imagem é perfeita!
Os
lamentáveis e deploráveis episódios desta já velha, desactualizada e desgastada
democracia, a que temos vindo a assistir nos últimos dias, só vêm dar razão
àqueles, entre eles eu, que há muito defendem uma profunda alteração desta Constituição,
tão velha, tão desactualizada e tão desgastada, como a democracia que por ela
foi instituída.
O Presidente
do Tribunal Constitucional, no seu comunicado sobre a constitucionalidade das
normas do OE 2013, salientou, e com razão, que os governos e as leis em geral,
se têm de subordinar à Constituição e não o contrário.
Mesmos que
esses governos, como o actual, estejam submetidos ao cumprimento de acordos
internacionais e deles dependa o pão na mesa dos portugueses.
Acima de
tudo está a Constituição e o seu cumprimento, mesmo que isso implique fazer
detonar a carga explosiva que afunda de vez o velho navio, já a meter água por
todos os lados.
O Presidente
do Tribunal Constitucional tem razão, porque o seu papel e o do tribunal que
preside, é dar cumprimento à lei, mesmo que essa lei, seja o pergaminho sagrado
que rege os nossos destinos desde 1976.
O problema e a responsabilidade
pela situação criada ao governo e ao país, não deve, portanto, ser assacada ao
Tribunal Constitucional, como muito já apregoam. Os juízes fazem o seu
trabalho.
E, a decisão de «minimus» tomada
foi, nitidamente política, para que o país não descambasse numa crise de
enormes consequências. Mas, ainda assim, sendo de «minimus», as consequências
são graves e imprevisíveis.
Com esta
decisão, tudo poderá piorar para o país e tudo pode ser posto em causa!
O problema e o mal do país é que
não temos políticos à altura das circunstâncias históricas que estamos a viver,
não sendo capazes, por crónico radicalismo ideológico, ou interesses
indefinidos ou obscuros, fazer aquilo que se impõe há muito tempo, para que
este país possa, finalmente ser governável e os governos democraticamente
eleitos poderem cumprir os seus programas nas legislaturas:
● Reunirem-se
e discutirem, em base alargada, a alteração desta Constituição, ajustá-la,
adaptá-la aos tempos e às gerações e desbloquear as regras ideológicas, rígidas
e irrealistas, que têm apontado o caminho do abismo ao país.
A Constituição tem de ser baseada
em princípios gerais e fundamentais e não em regras regulamentares. E tem de
ser mais curta.
Com estes partidos, os
representados no Parlamento e com uma boa parte da população, o país nunca terá
essa hipótese, nos tempo mais próximos e tudo vai ficar como dantes, ou pior,
até que o velho navio, já não consiga meter mais água, afundar-se-á de vez e
com ele, o seu pergaminho sagrado.
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