domingo, 10 de novembro de 2013

A BROA DOS VELHOS





 Transcrevo um texto da autoria de Alberto Pinto Nogueira, Procurador Geral Adjunto

 
 
«Li, reli e meditei sobre o texto abaixo...
Se a ESPADA que me foi dada como “símbolo de Comando”, puder trespassar os Bandalhos que arruinaram e continuam a destruir Portugal, eu a utilizarei...
.. se tal ESPADA, FIZER JORRAR SANGUE DE PORCOS, LADRÕES e outros... que ditos de “portugueses”, vão sugando bens aos que, pelo seu trabalho e suor, trabalharam por Portugal... eu a utilizarei!
PORTUGAL! Não é do PR, nem do Governo, nem dos partidos, nem das Associações nem dos Sindicatos... nem da Europa...
Portugal é de cada cidadão, cujos antepassados são portugueses, nascidos em Portugal e que pelo seu trabalho ajudou tal país a evoluir! NÃO É DOS QUE ROUBAM... não é dos “agiotas”... não é dos ”RELVAS”... dos oportunistas... dos “caçadores de subsídios”... dos ciganos, dos cidadãos de outros países, dos Imigrantes oportunistas e de outras comunidades oportunistas...»
 Alberto Pinto Nogueira
Procurador da República no Tribunal da Relação do Porto, nasceu em 26/04/47 e é natural de V. N. de GAIA.
 
 
«A República vive da mendicidade. É crónico. Alexandre de Gusmão, filósofo, diplomata e conselheiro de D. João V, acentuava que, depois de D. Manuel, o país era sustentado por estrangeiros. Era o Séc. XVIII.
 
A monarquia reinava com sumptuosidades, luxos e luxúrias. A rondar o Séc. XX, Antero de Quental, poeta e filósofo, acordava em que Portugal se desmoronava desde o Séc. XVII. Era pedinte do exterior. 
 
A Corte, sempre a sacar os cofres públicos, ia metendo vales para nutrir nobrezas, caçadas, festanças e por aí fora…. Uma vez mais, entrou em bancarrota. Declarou falência em 1892. 
 
A I República herdou uma terra falida. Incumbiu-se de se autodestruir. Com lutas fratricidas e partidárias. Em muito poucos anos, desbaratou os grandes princípios democráticos e republicanos que a inspiraram. 
O período posterior, de autoritarismo, traduziu uma razia deletéria sobre a Nação. Geriu a coisa pública por e a favor de elites com um só pensamento: o Estado sou eu. Retrocedia-se ao poder absoluto. A pobreza e miséria dissimulavam-se no Fado, Futebol e Fátima. As liberdades públicas foram extintas. O Pensamento foi abolido. Triturado. O Povo sofria a repressão e a guerra.
O governo durou 40 anos! Com votos de vivos e de mortos. 
 
A III República recuperou os princípios fundamentais de 1910, massacrados em 1928. Superou muitos percalços, abusos e algumas atrocidades. Acreditou-se em 1974, com o reforço constitucional de 1976, que se faria Justiça ao Povo.
 
Ingenuidade, logro e engano.
 
Os partidos políticos logo capturaram o Estado, as autarquias, as empresas públicas. Nada aprenderam com a História. Ignoram-na. Desprezam-na. Penhoraram a Nação. Com desvarios e desmandos. Obras faraónicas, estádios de futebol, auto-estradas pleonásticas, institutos públicos sobrepostos e inúteis, fundações público-privadas para gáudio de senadores, cartões de crédito de plafond ilimitado, etc. Delírio, esquizofrenia esbanjadora. 
 
O país faliu de novo em 1983. Reincidiu em 2011.
 
O governo arrasa tudo. Governa para a troika e obscuros mercados. Sustenta bancos. Outros negócios escuros. São o seu catecismo ideológico e político. Ao seu Povo reservou a austeridade. Só impostos e rombos nas reformas. As palavras "Povo” e “Cidadão” foram exterminadas do seu léxico. 
 
Há direitos e contratos com bancos, swaps, parcerias. Sacrossantos. Outros, (com trabalhadores e velhos) mais que estabelecidos há dezenas de anos, cobertos pela Constituição e pela Lei, se lhe não servem propósitos, o governo inconstitucionaliza aquela e ilegaliza esta.
 
Leis vigentes são as que, a cada momento, acaricia. Hoje umas, amanhã outras sobre a mesma matéria. Revoga as primeiras, cozinha as segundas a seu agrado e bel-prazer. É um fora de lei. 
 Renegava a Constituição da República que jurou cumprir. Em 2011, encomendou a um ex-banqueiro a sua revisão. Hoje, absolve-a mas condena os juízes que, sem senso, a não interpretam a seu jeito!!! 
 
Os empregados da troika mandam serrar as reformas e pensões. O servo cumpre. Mete a faca na broa dos velhos. Hoje 10, amanhã 15, depois 20%. Até à côdea.
Velhos são velhos. Desossem-se. Já estão descarnados. Em 2014, de corte em corte (ou de facada em facada?), organizará e subsidiará, com o Orçamento do Estado, o seu funeral colectivo.
De que serviu aos velhos o governo? E seu memorando?»
 Alberto Pinto Nogueira
Procurador Geral Adjunto
 

 

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