domingo, 22 de dezembro de 2013

VALE MAIS UM DIA NAS CARAÍBAS, DO QUE TRINTA NA FONTE DA TELHA?

Alguém, do nosso mundo artístico, há uns anos, fez esta afirmação num programa televisivo
Alguém, também do mundo artístico, há uns anos,  afirmou que «O QUE TEM DE SER TEM MUITA FORÇA»
Estas afirmações, aparentemente inofensivas, carregam em si, uma enorme carga emocional e até ideológica.
 Aparentemente inofensivas e ditas em contexto humorístico, dizem muito, de muita coisa.

Desde logo a diferença entre qualidade e quantidade e depois das próprias virtudes da democracia.

Todos temos acreditado, todos interiorizámos o carácter quase sagrado do conceito de democracia, tradicionalmente aceite. É quase algo indiscutível, intocável, inquestionável.
Na verdade, também alguém afirmou que «a democracia é o melhor do pior dos regimes», deixando transparecer a ideia de que todos os regimes são maus, não há regimes ideais e que, a democracia, ainda assim, é o menos mau.
Mas, sendo um mal menor, conclui-se que a democracia, também não é o regime ideal, tem defeitos, tem falhas, tem zonas cinzentas, é manipulável e, acima de tudo, pode não garante a qualidade das decisões.
De facto, as decisões baseadas apenas no número, de forma nenhuma garantem a qualidade das decisões. Garantem a quantidade, mas podem não garantir a qualidade.
A democracia sendo o regime do número apenas exprime vontades, interesses pessoais ou de grupo,  gostos pessoais e muitas vezes, disperso no número, diluído no número, sem peso nem expressão, pode estar uma, ou várias excelentes ideias que, por muita qualidade que tenham, nada valem, ante a poderosa dimensão do número, a expressão da democracia.

Por isso a democracia, não é o regime ideal, nem sequer o regime razoável, nem sequer o aceitável, porque exprime apenas o peso colossal do número. A Lei de Gauss, confirma-o.

Mas, é um mal menor.

À falta de uma boa qualidade de uma decisão, pelo menos, os egos pessoais ficaram satisfeitos, as opiniões técnicas ou não, ideológicas ou não, expressas pelo número, ficaram satisfeitas e é quanto basta, não importam as consequências.

Por isso, é preciso que as sociedades e os regimes políticos reflictam sofre os defeitos e virtudes das democracias e passem a tomar as decisões, num patamar mais elevado e elaborado do processo decisório, de forma a que as decisões possam reflectir, não apenas o número, mas também o peso da qualidade.
Tudo aponta, assim,  para bem das sociedades, para a necessidade de uma reformulação e aperfeiçoamento do conceito tradicional de democracia.

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