Uma,
relativa ao corte nas pensões de sobrevivência, de viúvas ou viúvos que
perderam os seus cônjuges. Outra, relativa à recusa da EDP em contribuir para o
esforço de salvação nacional.
Uma e
outra são antídotos e extremamente
preocupantes!
A primeira, uma infâmia revoltante, bem reveladora da fraqueza e mesquinhez
de um governo que, não querendo ou não
podendo, enfrentar os mais fortes que, efectivamente mandam no país, ataca da
maneira mais vil, ignóbil e inconcebível, os mais frágeis e indefesos da
população portuguesa.
Mesmo que se justifique, em raros casos, que o cônjuge sobrevivo,
disponha de uma pensão relativamente elevada, porque para ela contribuiu e
adquiriu o direito a recebê-la, o princípio continua errado, porque não se leva
em conta os encargos e obrigações que essas pensões comportavam e suportavam,
ou seja, não são avaliadas as consequências do corte.
Por outro lado, o peso diminuto deste corte (à volta de cem milhões de
euros, ou seja cerca de 3,6% do total de encargos do Estado com este apoios),
nada justificava um corte nesta área, de extrema sensibilidade social. Havia, «N»
áreas onde cortar ou pedir contributos.
E nada vai resolver, como tudo o resto, porque o défice de 4% para 2014,
todos sabem, todos sabemos, incluindo a troika e o governo, que não vai ser
atingido e os tão cobiçados mercados, não andam a dormir. Em 2014, tudo indica,
não iremos conseguir financiamento e mais um programa de ajustamento irá ser
implementado e com ele, mais austeridade.
A
segunda, põe a descoberto, como implicitamente já se sabia, quem efectivamente
manda no país e impõe as suas regras.
Os
mandarins chineses que mandam na EDP, não aceitam contribuir, como todos os
outros que fazem a sua vida em Portugal, para o esforço de salvação do país e que
permitiu a sua instalação no território,
para bem explorarem os seus recursos energéticos.
Dizem,
não aceitam a violação das regras contratuais acordadas!. E outros, têm de aceitar…?
Mas, a questão de fundo, ondo eu gosto sempre de encontrar as
explicações para os fenómenos sociais, políticos e económicos, evitando as
análises de forma e superficiais, é
muito grave.
Muito
grave, justificando o tema desta reflexão, porque as duas situações relatadas,
põe a descoberto a enorme fragilidade e dependência do país e da sua população.
Os mais frágeis e indefesos, à mercê dos novos tiranos que se instalaram no
poder e toda a população em geral, na
completa dependência e subjugação, dos novos senhores que já mandam no país, sejam
os mandarins que vieram da China, os aristocratas da finança europeia, ou os oligarcas
bilionários do petróleo de Angola.
Os resultados da globalização, da integração e da venda de quase todo o
património empresarial público a estrangeiros, de que este governo um dia, certamente,
vai ter de prestar contas, aí estão já bem à vista e todo o seu rol de
destruição e degradação sistemática das condições de vida da população
portuguesa.
Alguém,
um dia, terá de engolir uma indesejável e
irremediável pastilha!
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