É curioso
observar que, grande parte de nós, seres humanos, temos uma natural tendência
para analisar os factos e os acontecimentos com os quais nos confrontamos no
quotidiano, detendo-nos apenas por aquilo que observamos directamente ou é
detectado pelos nossos sentidos.
Observamos os factos, pelas
formas e contornos da realidade, omitindo muitas vezes, por simplicidade ou
conveniência, uma explicação mais profunda e por isso, correndo-se o risco de uma
análise incompleta.
E, desde que isso satisfaça os
nossos objectivos imediatos ou as nossas conveniências, já basta para ficarmos
satisfeitos.
Muitas das regras sociais e
institucionais que nos comandam, foram construídas nesta base e ficado
interiorizadas e socializadas, como verdades absolutas.
A filosofia, pretende colmatar esta tendência, procurando uma explicação
mais completa e profunda da realidade.
Por isso,
ficamos muitas vezes surpreendidos com as opiniões dos filósofos e por
argumentações que, procurando a essência das coisas, os fundamentos da
realidade, nos confrontam com mitos sociais há muito adquiridos como verdades
mas, muitas vezes, completamente distorcidos da realidade.
Foram
construídos por conveniência de grupos de interesses ou de pressão, para seu benefício ou conveniência, grande
parte das vezes.
Quando, num
restaurante pedimos uma pizza, para almoçar ou lanchar, a nossa opção de
escolha baseia-se, muitas vezes, na aparência visual, nos componentes
apetitosos e que nos proporcionam prazer no sabor e descuramos o essencial,
isto é, a qualidade dos alimentos, o equilíbrio e valor nutritivos dos mesmos e
portanto a utilidade para a nossa saúde.
Perdoa-se o
mal que faz, pelo bem que sabe, diz a gíria popular!
Parece que a sociedade se
orienta, mais pelo prazer que as coisas proporcionam, do que pela racionalidade
na sua utilização.
Muitos mitos
sociais, alguns institucionalizados constitucionalmente, se baseiam em análises
superficiais, omitindo propositadamente o fundamento e a essência, mas que, são
as que mais convêm para o fim em vista.
Um exemplo típico desses mitos
institucionalizados é o «LGBT» e de que alguns partidos do sistema, fazem bandeira.
Baseado na homossexualidade como
um dos padrões seleccionados pela evolução e daí a invenção muito conveniente
do termo «orientação sexual».
A ciência já demonstrou que esse
padrão não existe, exactamente porque não permite a reprodução, pressuposto de
toda a evolução.
Não há, por
isso, fundamento, para se falar de «orientação sexual» do tipo homossexual. A
homossexualidade é, está demonstrado, um sub-produto da sociedade, uma mera
variante do prazer, que algumas pessoas gostam de praticar.
Muitos
outros exemplos se poderiam referir, designadamente em relação à actividade
política.
O exemplo paradigmático é o «politicamente correcto», uma corrente de
opinião com a qual se pretende justificar o exercício de determinada ideologia,
pelo poder instituído, quase sempre enganadora.
Poderia ainda
citar os «opinion-makers», os comentadores dos media que, ao serviço desses
poderes, intoxicam a opinião pública com toda a espécie de mentiras ou meias
verdades e muitos incautos acreditam.
Por isso, a sociedade, nós cidadãos individualmente, devemos, pelo
conhecimento, pela cultura e se necessário recorrendo à filosofia, aprofundar
as questões, interrogarmo-nos sobre o sentido que fazem, ir mais além da
análise superficial daquilo que se nos apresenta como verdadeiro, mas que pode
encerrar uma verdadeira enormidade, que se pode voltar contra nós.
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