Continuação da parametrização das componentes da
relação de produção.
○ Minimizar o output fiscal e
contributivo
Componente
importante da estrutura de custos, é indispensável que o contributo das
unidades económicas em termos tributários, seja mínimo.
Já vimos que a
componente contributiva das empresas, para sistemas de protecção social geridos
pelo Estado, é mínima, ou tendencialmente nula, no âmbito deste modelo. O
esforço empresarial para esta finalidade e protecção do seu próprio factor
trabalho, é definido segundo um modelo contributivo cuja fonte são os próprios
resultados líquidos, ou seja, por via do autofinanciamento.
A empresa
passará a descontar, não para o Estado,
mas si própria e para sua própria protecção. Os fundos ficarão retidos em
sistema de capitalização, para utilização futura.
O nível de tributação por via dos impostos, terá
de satisfazer três condições:
A – Ser optimizada para valores mínimos, em
função da forma como for desenhada a estrutura e dimensão e definidas as
funções essenciais do Estado.
B - Ser
progressivo em função da dimensão da empresa e da sua capacidade económica.
C - Ter em
conta o desempenho, o mérito e o esforço social desenvolvido. Empresas bem
geridas, inovadoras e tecnologicamente actualizadas e que tenham gerado
relevantes outputs económicos e sociais, serão premiadas por via de incentivos
fiscais, ou outros a definir.
O Estado terá aqui um papel importante, não como interventor,
mas incentivador do sistema económico, por via da regulação.
○ Partilha de capital social
Esta
componente da relação, é inovadora e uma das principais peças da estrutura de
uma Economia de Mercado Social e pode representar um importante progresso para
diminuir as desigualdades sociais.
O objectivo
visado é equilibrar, por um lado, a distribuição do rendimento gerado entre
capital e trabalho, de forma justa e racional, retirando em grande parte o peso da intervenção do Estado nesta função
social fundamental e por outro, incentivar e estimular o mérito e a produtividade
do factor trabalho e criar um clima organizacional favorável e que minimize os
conflitos laborais.
O aspecto central a que deve obedecer esta
componente da relação Capita- Trabalho é a abertura, segundo modelo e condições
a definir, do capital social aos trabalhadores da unidade económica.
O capital social deixará de ser propriedade
exclusiva de um conjunto de accionistas, mas uma parte terá de ser
obrigatoriamente subscrita e realizada por todos os trabalhadores da empresa.
O modelo
deverá definir:
A –
Proporção do capital social a ser detida obrigatoriamente por
trabalhadores
B – A
forma de gestão das participações sociais
C – A forma e proporção das contribuições do
trabalho para o capital social da empresa, a partir de um mínimo
D – As condições para distribuição de dividendos
pelo factor trabalho
E – A forma, proporção da representação
(obrigatória) e de deliberação do factor trabalho, nos Conselhos de
Administração
Segundo este
modelo, deixarão de existir as Comissões de Trabalhadores, porque
desnecessárias (a representação e poder de deliberação estão presentes nos
Conselhos de Administração).
No limite e
num modelo ideal, a própria sindicalização poderá não existir e com ela a existência de Sindicatos. O modelo pressupõe a ruptura do conflito secular
Capital-Trabalho, por via da partilha do
capital social, ficando todos os direitos garantidos e o capital passará a ser
de todos.
Também numa situação ideal de optimização deste
modelo, O PRÓPRIO CAPITALISMO DEIXARÁ DE EXISTIR, na concepção em que o temos
hoje e far-se-á, neste aspecto particular, a primeira grande transposição
civilizacional para sociedades mais evoluídas.
Recusando o
comunismo e o socialismo, modelos estatizantes e inibidores da vontade e
iniciativa humanas e contra a propriedade privada, este modelo pretende, pelo
contrário, maximizar essa vontade e essa iniciativas e incentivar a propriedade
privada, sem persegui-la, num processo inclusivo, justo, racional e
equilibrado.
Pretende-se
criar um «DUAL», em que os cidadãos passarão a ser as faces do poliedro e
deixarão de ser reduzidos a vértices de um sistema e sem se cair no puro
liberalismo.
Será uma
espécie de colectivismo privado, onde todas as sinergias possam ser aproveitadas e potenciadas, para bem de todos.
○ Maximizar desenvolvimento
organizacional
A maximização
desta componente é crucial para que todas as outras possam ser optimizadas.
Esta
componente reporta-se directamente ao esforço individual e colectivo da força
de recursos humanos, assim como de todos os órgãos e funções de uma unidade
económica.
No geral, a
regra é a de máxima eficiência e máxima eficácia.
São
determinantes na optimização desta componente:
A – Visão estratégica
a nível da gestão de topo
B – Gestão estratégica,
ao nível de todas as suas componentes, para obter vantagem competitiva
C– Qualificação
dos recursos humanos, gestão de carreiras pelo mérito e qualificação e promoção
individuais
D – Eficiência
e produtividade do sistema operacional
E – Tecnologia
actualizada
F –
Investigação e desenvolvimento
G – Formação permanente
○ Modelo institucionalizado em
Pacto Social
A escritura de
constituição destas unidades económicas, deve integrar e consagrar os
princípios fundamentais de funcionamento e institucionalização deste modelo, com base na Lei ou Leis aprovadas
para o efeito.
Para concluir esta síntese de ideias relativas à
relação de produção, importa fazer uma referência à evolução do conhecimento
científico e da tecnologia.
A tendência,
nas modernas economias e em particular nas indústrias, para a incorporação de
novas descobertas científicas, traduzidas em novas tecnologias, que visam
automatizar processos produtivos e de serviços, substituindo parte do factor
trabalho, coloca o problema da ocupação da mão de obra, nas organizações.
As relações de
produção tendem a ser cada vez mais capital-intensivas, dispensando mão de
obra, pelo que as sociedades futuras, vão deparar-se com o problema da ocupação
do tempo pelas pessoas em idade activa que, por via dos progressos
tecnológicos, tendam a ficar desempregadas.
É um problema
social complexo, para o qual as sociedades futuras terão de encontrar solução.
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