segunda-feira, 28 de maio de 2012

REPÚBLICA DE ESPIÕES - DEMOS A CHAVE DO GALINHEIRO À RAPOSA


Perante o espectáculo degradante de ver Órgãos do Serviço de Informações da República (SIRP) completamente devassados e assaltado por malfeitores, penso que voltámos aos tempos da PIDE de Salazar. Ou talvez pior…






Talvez pior porque, enquanto a PIDE se preocupava em identificar e perseguir os adversários políticos do regime, o galinheiro em que se transformaram órgãos  do SIRP, devassa a vida privada das pessoas a seu bel-prazer e colocou-se, tudo indica, ao serviço dos grandes interesses económicos e políticos do país.

Inacreditável!

Transformou-se num verdadeiro Centro de Espionagem.

Já não é apenas um mecanismo de defesa do regime e do Estado (País), mas muito mais do que isso.

E, pior que tudo, preocupado em dar satisfação aos interesses de lóbis, acaba por não cumprir a missão para que foi criado. A defesa do Estado Português de ameaças externas e internas.

E, muito grave, as pessoas nomeadas para o controlar, são afastadas dos serviços de controlo e aliciadas (compradas) para cargos irrecusáveis. E isto, em estreita colaboração com o governo, por simples troca de mensagens de telemóvel.

Uma verdadeira bagunça!

Assim, a raposa, com a chave do galinheiro na mão, encheu o bucho à vontade.

Quando quis, quando lhe aprouve, quando lhe apeteceu.

Nunca pensei que a promiscuidade chegasse tão longe em Portugal.

Promiscuidade entre o responsável máximo de um serviço de extrema responsabilidade e membros do governo, sugerindo nomes de confiança para os serviços de controlo e indo ao desplante de sugerir nomes para o substituir, depois de ter sido apanhado na ratada.

Promiscuidade entre o governo e os órgãos de comunicação, designadamente jornais, onde jornalistas tratam por «tu» membros do governo e onde um destes ameaça devassar a vida privada de uma jornalista, por esta o tentar denunciar.

Por tudo isto, o país transformou-se numa república da espionagem, da chantagem, da bagunçada e da palhaçada.

Já desceu muito abaixo do nível da «banana» que, apesar de tudo ainda era, e é, um fruto tropical com valor económico e nutritivo.

Portugal transformou-se num país onde já nem os portugueses o reconhecem. Já não se sentem bem no seu próprio país.

Maria José Morgado, conhecedora destes assuntos, por dentro e por fora, procuradora do DIAP, uma das vozes mais esclarecidas que ainda vão tendo a coragem de dizer as verdades acusa, peremptoriamente:

- «Demos a chave do galinheiro à raposa» e agora é tarde demais…

É tarde demais, porque a razia nas galinhas deve ter sido devastadora. O esfaimado apetite da raposa deve ter sido voraz.

Nem ousamos imaginar onde chegou a promiscuidade, a devassa, os interesse em jogo, os estragos provocados.

E quem foram as vítimas e os beneficiados? O que sabemos deve ser apenas a «ponta do icebergue».

Foi apenas o que transpareceu cá para fora.

Balsemão, um peso-pesado do regime, empresário e ex-primeiro ministro, foi espiado, foi escutado.

Nem as essências balsâmicas do seu nome, que supostamente o deviam proteger, o salvaram.

Indignou-se, e com razão!

Como qualquer um de nós se indignaria.

Escutas ao serviço de quem? Quem foram os beneficiados? E a devassa da vida privada das pessoas? Quem ganhou com o negócio e quem paga os prejuízos e as reparações moral e material?

O que aconteceu no SIEP (Serviço de Informações Estratégicas e de Defesa) é de extrema gravidade e demonstra, à evidência, o grau de degradação a que chegaram as Instituições Públicas e Privadas a estas ligadas.

E acima de tudo, a insegurança que todo este espectáculo promíscuo e degradante, causa em cada um de nós portugueses.

Nem no nosso país já nos sentimos seguros e podemos estar expostos, por tudo e por nada, a sermos escutados e espiados por estes felinos, sem escrúpulos e de dentes afiados,  que tomaram de assalto os órgãos vitais do poder e da segurança do Estado.

Depois de roubados, trancas à porta?

A ver vamos…

























Sem comentários:

Enviar um comentário